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ARRUACEIRO E HOMÓFOBO
 
 
      Ainda falta vocês terem visto um ocorrido inusitado na pacata cidadezinha de Teixeira, no interior da Paraíba. Com estes olhos, aqui, da testa, eu mesmo vi, num desses vídeos, um macaco arruaceiro e chegado à homofobia. 
 
      Imaginem, só!... O bicho não dava trela nenhuma a homens, não. Em contrapartida, meigo, muito dócil com as mulheres. E não é anedota; isto aqui foi fato real.
 
      Ainda em clima de carnaval, na Quarta-feira de Cinzas, o barzinho principal da cidade estava lotado dos recém-foliões, homens e mulheres.
 
      Não mais que de repente, adentra lá ao estabelecimento etílico aquele sujeitinho estranho ao local: o baita de um macaco.
 
      Demonstrando ser um folgado, o elemento já chegou ali abusando. E parecia estar puxando fogo, pois aquele desembaraço todo fugia às leis da civilidade.
 
      Pegava copo de cerveja, aqui, dava uma golada; pegava copo de pinga, acolá adiante, outra golada. E a coisa não prestou. Em poucas palhetadas, o mico saliente estava bêbado que só um gambá.
 
      De início, todos até fizeram festança de caras e bocas para referendar o atrevimento do pândego biriteiro. Mas o macaco abusava mais e mais. E começou a xingação com o macharal do recinto. Ah, com as mulheres ele era todo ternura: não mexia nada.
 
      Não se sabe onde, num abrir e fechar de olho, o arruaceiro bateu mão de uma lapa de peixeira e passou a fazer ameaças aos homens. Não seria mesmo um homófobo / homofóbico aquele elemento?
 
      Foi um bafafá dos seiscentos. Gente de olhos arregalados, e o mico com a lapa de faca na mão. Até que uma senhora o abrandou, fazendo mímicas de «vamos com calma». O bicho atendeu, ficou minutos que era um cordeiro, sentado ao lado da referida mulher. Só que bêbado de não fazer um quatro.
 
      E para que falaram em chamar bombeiros e a polícia? O macaco parece que entendeu a maranha; botou o macharal para correr. E danou-se a escalar os telhados do bar e casas vizinhas. E com a lapa de peixeira de 30 centímetros em punho.
 
      A paz só voltou a reinar quando os bombeiros finalmente sujigaram o bicho. Um trabalhão para desarmar e prender o macaco embriagado e subversivo (ô palavra horrosa, da época da ditadura!).
 
      Foi preso e levado para o distrito, em cana, acusado de desacato, embriaguez e desordem. E parece que o delegado ainda quer autuá-lo no ilícito penal por tentativa coletiva de homicídio.
 
      Literalmente, homicídio por homofobia, já que as mulheres todas ficaram incólumes.
 
 
Fort., 13/02/2016.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 14/02/2016
Reeditado em 14/02/2016
Código do texto: T5542922
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