Feliz de quem tem história para contar...

Filha! Nunca me consultei com uma psicóloga, mas vou ajuda-la na sua tese para seu ultimo ano de faculdade, e quando tiver um escritório que seja bem melhor que esta sala, e um sofá mais confortável.

Não posso dizer que tudo acontece comigo! Acredito que em outras décadas, sem a tecnologia presente hoje, tínhamos mais contatos com as mais simples coisas, jamais vou sair de casa e sentir o cheiro de capim molhado pelo orvalho da madrugada, neste mesmo local hoje está tudo asfaltado, estou rodeado de casas e grandes prédios, postes abarrotados de fiações elétricas, telefones, linhas de net, tevês a cabos e calçadas, e ruas sujas pelos "ditos homens modernos", mas sem educação e seus cachorros "porcos".

Então! Quando bem criança não conseguia andar, tinha dificuldade de apoiar a minha perna esquerda, descobriram que o osso da "canela" estava trincado verticalmente, faltando o mínimo para quebrar totalmente, sanado o problema comecei a andar.

Com uns seis anos de idade estava almoçando e do meu lado estava minha irmã de um ano em pé dentro de um caixote com as mãos segurando na lateral do caixote, sobre duas cadeiras junto a mesa, meu pai na ponta da mesa e minha mãe na outra ponta e eu e minha irmã no meio, chegou uma visita, minha mãe pediu que tirasse uma das cadeiras que apoiavam o caixote, puxei a cadeira e tudo foi ao chão, caixote, minha irmã, ainda tentei segurar o caixote, mas era muito pesado, minha irmã bateu a cabeça na quina do caixote de madeira, afundando levemente o osso da fonte e perdeu o sentido, minha mãe levantou-a do chão desacordada, gritando que ela morreu e que eu a matei, e de repente minha irmã acorda chorando, e sem sequelas.

A pirralha da minha irmã agora com seis anos brincava no quintal com sua inseparável caneca de plástico vermelha, com meus onze anos tinha obrigação de tomar conta dela enquanto minha mãe preparava o almoço, com uma grande vocação de arrumar encrenca, ela joga sua preciosa caneca no quintal do vizinho, separado por um muro de tijolos com cacos de vidros para dificultar que alguém pule.

Rapidamente antes que ela chorasse chamando atenção da mãe e logicamente apanharia por isso, coloquei uma tábua de andaime inclinada na base do muro, com uma vara de bambu amarrei um gancho

na ponta para alcançar a caneca que estava próximo do muro, para poder fazer toda essa acrobacia, ela só tinha que manter seu pé na base da tábua, evitando que ela caísse, assim que ela pisou escorando, subi na tábua debrucei suavemente em cima dos vidros e com dificuldade consegui alçar a "bendita" caneca, quando notei naquele olhar "maligno" dela! Não! Não! Não tire o pé, ... ela tirou! A tábua deslizou do muro, fazendo todo peso do corpo desabar em cima dos vidros, e um dos cacos penetrou em minha barriga, sem ter muito que fazer pendurado no muro e preso pelos vidros, apoiei os pés descalços no muro e pulei para traz, por sorte o caco maior que penetrou perto do estomago quebrou. Quando acordei estava no hospital depois de levar alguns pontos, escutava o médico dizer que foi sorte o vidro ter quebrado quando pulei, caso contrário rasgaria a parte abdominal, trago comigo ainda hoje a cicatriz como lembrança, assim como aquele olhar da "peste" da minha irmã que tirou o pé de propósito, como se vingando da queda do caixote de madeira! Não pode se lembrar! Ou pode? Coincidência, ou alguma praga? Porque não parou por ai.

Tinha uma ratazana que me acordava bem de manhã no período que estava em convalescença dos pontos na barriga e minha locomoção era com muitas dificuldades, tanto para andar como para dormir, neste tempo mais sensível, tive o privilégio de conhecer a senhora ratazana que com toda delicadeza roía a minha unha do pé esquerdo, isso mesmo! Ela subia pelo pé da cama, aproveitava que sempre ficava com os pés descobertos, e para conferir o que ela estava fazendo, eu levantava a cabeça vagarosamente e vislumbrava aquela cena, aquele bicho acinzentado e grande, roendo com cuidado para que eu não acordasse, e assim que me visse olhando-a, pulava ao chão rapidamente e sumia por traz do velho guarda-roupa. E assim que melhorei achei um buraco no rodapé em baixo do guarda-roupa, tampei o buraco com cimento e não mais tive a visita ilustre. Acha que esses tipos de causos não acontecem por acaso com qualquer um.

Um dia com meus dois primos todos numa faixa de doze anos, fomos ao mercadão da cidade, cada um com uma responsabilidade de comprar algo para nossas mães, passando por uma banca de ovos, o primo mais velho roubou um ovo, o outro primo foi na onda e roubou um também, já estávamos indo embora e de tanto me encherem a cabeça e xingando por ser certinho, mesmo assustado surrupiei o simpático ovo! Todos saíram do mercado como vitoriosos, eu já não estava bem com aquela atitude, depois de alguns quarteirões, um jogou o seu ovo em uma árvore outro em um cachorro que ameaçava avançar nele, mas eu guardei o meu na jaqueta, alegando que iria comê-lo em casa! Com cuidado guardei o ovo na gaveta do meu quarto, e preocupado com ovo e se alguém descobrisse o delito! No dia seguinte com uma noite mal dormida pelo ato de roubar aquele indefeso ovo! Voltei com ele ao mercadão e coloquei no lugar que ele estava na mesma banca de ovos! Ufa!

Já adulto trabalhando como fotógrafo profissional em um laboratório na era analógica, estávamos fazendo teste para um novo e revolucionário laboratório expresso com revelação em uma hora! Saindo a caça de uma bela imagem, fui até o porto que era perto, e notei um grande navio russo! De cores vibrantes, ótimo pra teste de cor, fiz duas fotos com minha câmera 135 mm, e voltei para o laboratório para revelar o filme e copiar em papel. Ficou ótima a foto escolhida! Agora a contra prova, tirar de novo a mesma foto do navio para conferir em definitivo as cores, e rápido que todos os diretores estavam aguardando o laudo final. Corri para o porto e ouvi aquela frase falando baixinho "só acontece comigo" o ingrato do navio zarpou e só o avistava de costa no canal indo embora, voltei para o laboratório com aquela cara de "taxo", relatando o ocorrido, quando escutei em um só som, se vira! Fotografei duas vezes as mesmas flores em um jardim, colocando no intervalo de uma foto para outra , um vigia para que ninguém colhesse as flores e resolvido o teste! Ufa!

Para sua tese! Praga ou acaso?

" Para você pensar filha! Não existe erros e sim coisas que fazemos e coisas que deixamos de fazer, se não quiser errar não faça nada, ai sim pode estar cometendo um erro. "

Novaes Viva Mocidade
Enviado por Novaes Viva Mocidade em 20/04/2016
Reeditado em 19/05/2016
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