A falta que fazem os predadores naturais...

Há cinquenta anos atrás a terra respirava tranquilamente, pelo menos isso acontecia na chácara a cinco minutos hoje do centro da cidade. As ordens das coisas seguiam seus fluxos normalmente, seguidos de alguns percalços que não eram notados no dia a dia das pessoas de bem e nem interessavam, pois não influenciava em nada no ciclo da vida.

Até o simples ato de comprar algumas gramas de mortadela em um boteco mais humilde, era uma vergonha "aceita" por estar sem recursos.

Mas a natureza era predominante, soberba, majestosamente rica, tanto na beleza como no conteúdo, eu a amava e a sentia viva!

Brincando sozinho na parte mais arborizada da chácara, entre cipós e arvores o menino escutou um som estranho, parecia um grito de um pequeno animal, ele começou a procurar de onde vinha aquele som, abrindo espaço nas folhagens entrando no meio da mata o som já era mais forte, e no meio de uma clareira ele viu o pequeno roedor, um camundongo guinchando, como pedindo ajuda para que alguém o salvasse, todo imóvel querendo fugir mas não podia era a presa de uma cobra que parecia hipnotiza-lo, ele tentava se mexer mas não conseguia, e ela se aproximava lentamente cada vez mais, e o roedor guinchava desesperado, sem entender que já fora picado por ela e o efeito do veneno em seu corpo era paralisante, e a cobra esperava a sua morte para poder devora-lo.

Sem saber deste processo natural o menino preocupado com a vida do roedor, espanta a cobra fazendo barulho no mato, rapidamente a cobra some entre os arbustos e antes de dar conta do corrido, o menino vê o voo rasante do falcão e com grande destreza e agilidade pega com sua garra o pequeno roedor. E assiste a bela ave alada levando em sua garra o roedor e escuta o crocitar da vitória, por conseguir o alimento de seu filhote a espera em algum lugar em seu ninho.

Sem nenhuma ideia de ser uma metáfora: Agora em 2016, há um mês, fui fazer um jogo na lotérica no centro da cidade, e na esquina de minha casa tinha acabado de ser assaltado um mercadinho e uma bala perdida acertou um cidadão, na subida do viaduto um motorista bêbado atropelou varias pessoas num ponto de ônibus, por onde passei um pouco depois, o caixa de um banco foi explodido do lado da lotérica que pretendia ir, tive que ir em outra lotérica, atravessando a rua na outra esquina um senhor fora assaltado por três adolescentes, levaram celular e seu dinheiro ele estava se encaminhando para a fila enorme do restaurante do povo de hum real, fiz que tinha que fazer e cheguei em casa são e salvo...que nada!...Contrai a dengue neste dia...Que falta fazem os predadores naturais...

Novaes Viva Mocidade
Enviado por Novaes Viva Mocidade em 27/04/2016
Reeditado em 19/05/2016
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