Um Antonio em minha porta

Ressentindo como em flashs o poema de Manoel Bandeira, vi entre os sacos de lixo na beira do portão de minha casa, o menino Antonio, procurando dias melhores entre os detritos que haviam ali...

A noite era fria como gotas de orvalhos cristalizadas, ao ve-lo levantei da escrivaninha, sai de fronte o computador para abrir a porta da cozinha, o portão do corredor, abrir o portão da garagem e por em minha cabeça que um dia eu possa abrir caminhos de garotos assim...

Embora o futuro pareça sumir com as chaves do futuro desse garoto, sou apostador de valores novos, de suor minando força e de tudo isso gerando a mudança do que parecia estar estabelecido...

O garoto pensara que fosse eu mais um dos tantos que fosse tocá-lo para longe de minha casa e num ato rápido, apressou seus passou dobrando a esquina, não dei-me por satisfeito em estar lá fora mas não ter olhado em seus olhos e fui ao seu encontro do outro lado da rua, onde tinha do seu lado direito o seu irmão, que aparentava ser mais velho e do seu lado esquerdo um carro de ferro velho.

Aproximei-me, me apresentei e apertei sua mão. Ele disse seu nome e nada mais. Puxei conversa, mas logo encerrei, pois senti que estava atrapalhando seu expediente de serviço, ele me dissera que trabalha pegando papelão nas ruas. Imediatamente quis saber se ele estudava, ou melhor, se estava matriculado em alguma escola dos bairros vizinhos. Identifiquei-me como professor de uma escola próxima e a partir de então seu amigo, ele agradeceu-me e quando finalizei o breve papo, ele perguntou se eu poderia lhe dar algum alimento. Automaticamente pensei em presenteá-lo com algumas de minhas poesias que certamente seria um alimento para seu saber, mas sem impressora não pude imprimir, lhe dei alguns alimentos e pedi que retornasse dias depois. Ainda lhe daria um texto meu para ler e quem sabe alguns livros infantis.

Profº Tiago Ortaet®

25/06/2007