Da lua, da estrela e de um certo mal
Violeta sabia das noites escuras por vir e não queria apegar-se ao desespero, embora fosse o único sentimento que lhe sobrara. Ela sempre foi medrosa mas incrivelmente sobrevivia a todos os seus pesadelos. Coragem nunca foi ausência do medo, afinal. Sabia que não poderia mais ir sozinha a partir dali mas faltava ainda enfrentar a dificuldade em pedir ajuda e de certa forma voltar atrás. Voltar para o seio, em certas situações, não deixa de ser um pedaço de desventura.
Já havia lutado tudo.
Andou pela casa toda naquele dia. Mentalizou a pequena grande força que dormia no quarto ao lado e deu seu passo. Como tudo que morre, viu alguns momentos de sua vida passar diante dos olhos de metade do seu coração. A metade viva prevaleceu. Muniu-se de tudo que lhe importava e foi com medo mesmo. Como sempre.
Triste mas em paz, a tarde era violeta e Violeta era pôr do sol. Até poesia precisa de um ponto final.
*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.
Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)
nota: Pra quem sentiu minha falta semana passada, fiz uma cirurgia no dente que tava dando dor até no pensamento. Agora, aliviada. Beijos.