"Eu também sou idosa e não sou assim..."

Seu Genaro adorava cães, gatos...Qualquer tipo de animal.
Um dia uma pomba caiu no seu quintal com a perna quebrada, ele cuidou.
O vizinho denunciou, e a Prefeitura da cidade veio busca-la.
Argumentou com sentimentos, a saber se iam cuidar dela. Levaram-na, e não se teve mais noticias.

Em casa havia oito cachorros, cada qual com sua hisória canina, perna quebrada, mordidos, estrupiados e abandonados; Seu Genaro acolheu todos, em dias, meses, anos diferentes.

Para Genaro quantos para os cachorros, o elo de amizade era incrível, e mais que isso:
Passei a observar o comportamento deles (Humano e animal), Os olhos dos bichos brilhavam quando viam Genaro, este quando saia...Hum...A vizinhança que diga:
Uivaram a manhã inteira, a tarde inteira, o dia inteiro...E quando o carro apontava na esquina...Os latidos, os pulos de alegria.(O carinho e a gratidão era visivel)

Para alugar uma casa:
Era necessaria uma com quintal...Pensando nas pequenas criaturas.
Foi dificil, alugada uma  casa na cidade, com cinco quartos, uma varanda, esta que havia um banco para uma delas (cachorro), duas salas, uma "chacara" bem no centro da cidade.
Havia pés de bananeira, acerolas, laranjas, couves gigantes que chegavam a dois metros de altura. Seu Genaro era caprichoso com as plantas também.
(Porém, genioso, ciumento, uma personalidade muito dificil.).

Na parte de baixo da casa, havia uma cobertura de telhas, que mandei fazer cobrindo um espaço de quatro por quatro, ali tinha dois sofás, parecia sala de visitas...E era a sala de estar dos cachorros. As vezes uma dormia com a  cabeça pendurada, outro até roncava....Um dia outro estava com pesadelos.

As visitas achavam graça:
-Oh!...Falta uma TV aqui..

Todas as manhas Genaro abria o portão de casa para os cachorros darem uma voltinha...Eles saiam correndo, parecia até galopar (isso é uma imagem da cena) As corridas...As patas fluavam no ar e depois tocavam o chão.

Um deles foi na calçada  de D. Vera, fez xixi...Ela veio a reclamar para a D. Beth...Foi falado para Genaro, esquentado como ninguém mais, Xingou a mulher, como a dar razão para o cachorrinho, tirando partido dele. Teimoso, no outro dia de novo soltou os bichos.O mesmo cachorro, no mesmo lugar...D. Vera explodiu, os dois acabaram brigando, Genaro e Vera.

Vera havia passado muito mal devido o bate boca.
No dia seguinte, fui a casa de Vera para pedir desculpas pelo ocorrido. 
Falamos que Genaro era já de idade, e D. Beth dançava um xaxado para compreende-lo, e tentar ajeitar as coisas, pois, ja havia saido de casa com as tralhas (ferramentas) debaixo do braço e pegou sem rumo a Rodovia dos Tamoios sentido Caraguá. Fomos procurá-lo, Genaro tinha essa mania.
"Quando jovem saiu de casa, voltando 20 anos mais tarde, sem dar noticias para sua mâe, "

Vera com a voz alterada:
Gosto muito da sua mãe, mas esse velho rabugento...D.Vera  dê um desconto, por D. Beth,  ele é idoso.
"Eu também sou idosa, mas não sou assim não".... Brava!!!"
Tá bom D. Vera, vou ver o que posso fazer para convencer a não soltar os cachorros.
Foi mais facil mudar de casa, do que Gennaro nos dá ouvidos.




 
isis inanna
Enviado por isis inanna em 06/05/2018
Reeditado em 06/05/2018
Código do texto: T6328739
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