A IDENTIDADE DO PAPANGU

O Papangu é um mascarado típico dos entrudos ou velhos carnavais. Teve sua origem em Pernambuco, no ano de 1881.

Nasceu de uma brincadeira de familiares de senhores de engenho na cidade de Bezerros (PE). Os mascarados e mal vestidos, reunidos em grupos, saiam a visitar os amigos. Contam que muitas das pessoas tímidas se aproveitavam para extravasar.

Nosso querido amigo Batista Fernandes Pereira tem por hábito um gesto involuntário de olhar para as próprias costas. É a sua carteira de identidade. O seu DNA explícito.

No reinado de Momo, Batista gosta de se vestir de Papangu e sair fantasiado, distribuindo alegrias pelas ruas da cidade.

Para não ser reconhecido o papangu se utiliza de uma máscara e procura disfarçar os seus trejeitos, ou seja, sinais externos que lhe são característicos, tais como os seus modos de andar e gesticular.

No café do Galego, ponto de encontro dos santacruzenses, chega um papangu. É recebido com a alegria, própria do espírito carnavalesco. As pessoas geralmente tentam descobrir quem se esconde por trás das máscaras que deixam as crianças temerosas. E fazem o jogo da adivinhação. É Fulano. É Cicrano. É Beltrano.

Depois de beber, comer e animar a todos, o papangu despediu-se.

Ficou a interrogação. Quem será?

Quando o mesmo já havia caminhado uns dez metros, inconscientemente, gira o pescoço em quase 180 graus e completa o gesto que espelha a sua identidade.

- É Batista – gritaram todos.

DJAHY LIMA

DJAHY LIMA
Enviado por DJAHY LIMA em 03/09/2018
Código do texto: T6438473
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