ENTRE A ESPADA E A PAREDE
 (participação na ciranda de Maysa Barbedo)

Entre a espada e a parede
quero ser a espada que lhe fere.
A parede fria, mórbida, sem graça,
A parede imóvel, calada, já não basta.
Quero ser a espada que estraçalha.

Quero ser a espada no seu golpe final,
cruel, impiedosa, vingativa,
a rir com a vida que se esvai...
Quero ser a espada, afinal, e nada mais!

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A minha dupla conterrânea também optou em ser a  espada.

Entre a espada e a parede (Fátima Feitosa)

Sou a espada que fere, corta
Às vezes, ferir a carne é preciso
para mudar caminho indeciso...
Ao corte preciso, corpo suporta.

No ressoar mudo a parede geme
se contorce de dor sufocada...
Posso ouvir o som da pancada
que por falta de um corte teme.

Firo a fera que se diz indomável
com o corte da minha palavra...
É afiada como um tiro certeiro.

Todo ser pode tornar-se amável
A verdade pura no peito crava...
Já que tudo na vida é passageiro.
Márcia Kaline Paula de Azevedo
Enviado por Márcia Kaline Paula de Azevedo em 22/10/2009
Reeditado em 23/10/2009
Código do texto: T1881011
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