SONHOS DO MEU BISAVÔ " MEU QUERIDO PORTUGAL"

Cresci ouvindo “Meu querido Portugal”

Terra de meu bisavô, sonho de meus avós e de meus pais.

Lembranças de quem um dia... meio a contra-gosto...

deixou o seu querido País... levando na bagagem saudades de recantos encantadores.

Mar azul e matas verdes tingidas de cores, liberando perfumes de variadas flores.

Que percorria de mãos dadas com Dolores... descobrindo o que encanta os poetas... em versos e prosas... ou em choros melodiosos que cantam sempre a amada Terra de felicidades.

Ele e ela, pronta para também ser descoberta... na frescura de seus anos vindos... em iniciantes conchavos cheios de rubores...

descobrindo da vida todas as suas verdades.

Partiu deixou Dolores...nem se despediu.

Ela era o seu primeiro amor... que até o encerrar de seus olhos... quando a citava... um lindo brilho teimava em resplandecer.

Ela era o motivo de histórias notáveis... e de brigas enciumadas de Maria Pureza com quem vivia e agora amava.

Porém, ela fazia parte de um tempo vivido... que jamais esqueceu.

E no final da tarde na soleira da porta... fitando ao longe a descida do sol... em terras que agora também são suas... viajava percorrendo outros lugares... em chorinhos tristonhos... que Isabel sua filha ouvia encantada.

Trabalhou... com o suor regou a terra... plantou suas sementes em terras férteis... na terra e na vida gerando filhos... construindo o sonho e sua história... que nasceu lá em Açores... nos braços de Dolores que da Ilha não saiu... e com outro também construiu sonhos, na Terra muito amada.

Do meu tempo ao dele, “do meu bisavô...” distam muitos anos.

Ele não só plantou a terra... plantou muitos valores.

Plantou amor, paz, união.

Plantou saudades de um lugar que nunca vi.

Mas em meus projetos em primeiro lugar... está grafado: “Conhecer Açores... terra do meu bisavô...”.

Quem sabe... está lá... eu, você e o amor em Portugal.

Percorrendo o que um dia ele percorreu... vendo com os meus olhos a herança de dados que ele sempre descreveu... vivendo hoje nesta terra o amor que um dia ali... ele conheceu.

Ele não deixou muitas riquezas, mas deixou o que move a vida.

Ele sempre dizia... se conselho fosse bom seria vendido, mas vai um aí:

“Nunca esqueça do que a vida lhe deu, mesmo que um dia o fez sofrer...”.

Tudo faz parte de sua história, da construção do seu EU... nunca deixe de sentir o amor, ou os amores... porque quem não os vive, ou não conheceu... só falta deitar... porque sem saber já morreu.

Ruthy Neves

Taubaté-SP

Brasil

Ruthy Neves
Enviado por Ruthy Neves em 20/03/2011
Código do texto: T2859427
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