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INFÂNCIA ULTRAJADA

Era uma criança !...
Será que importa a sua idade?
É claro que não ...ela é realidade!
E este é o mundo em que eu vivo
Onde o “ser criança”...
Está deixando de ser um qualificativo


Era uma criança!... 
Que por ser maltratada, desprezada 
Usada, enganada
vilipendiada 
Sentiu-se perdida, abandonada ...
E nessa triste e dolorida seqüência 
É que acabou perdendo a inocência


Porque !...

Ao desconhecer a palavra esperança 
E sem saber o significado de amar
A rua... sempre foi o seu lar!

Aos pais não conheceu
 
Descobriu, que no dia em que nasceu
Um morrera de cirrose
O outro de... overdose!

Era uma criança !...
Ignorante do estatuto que diz:
Toda criança tem o direito
De crescer ,viver em paz e ser feliz.

Era uma criança!...
Que embora você não acredite 
Não pôde usufruir da infância

Porque num determinado instante
Foi adotada por um traficante
E hoje é mais um...meliante!
Infelizmente este é seu final
Lamentável... mas real !!!


Minha humilde homenagem as crianças,vitimas da exploração,seja ela do tipo que for.

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Ana Stoppa escreveu assim em 1989 e republica aqui
Menino Mendigo

**Tem um trocado, seu moço?
Pede com humildade,
Assumindo sua pobreza...

Atendem-no aos empurrões,
Questionam sua família,
(que talvez nunca teve),
Esquecem o seu tamanho,
Sua tristeza contida...
Pede, enfim, muito pouco:
Comida, calçados, roupas,
Tudo em desuso, surrado.
Para sua vida tão velha,
Sua família perdida,
Sua alegria sem uso,
Sua boca sem sorriso...
Tem irmãos pequenos,
A mãe em desencontros,
O pai, viciado, alcoólatra...
Quando alguém lhe oferece
Esmolas, um troco até,
Omite a obrigação
De, como todo cristão,
Oferecer-lhe atenção...
De abrir-lhe as portas,
O mundo,
A esperança, a fé...
E por que não também as portas
De uma certa catedral,
Que está na Praça da Sé
Ignoram seu abandono,
Sua agonia, seu desespero,
Cansado de implorar,
Para amenizar sua dor,
Só um pouquinho de amor.
Enquanto criança, não tem afeto;
Quando adulto não tem teto...
Cresceu sem sentir a vida,
Passou cada segundo,
A sobreviver neste mundo...
Um mundo que lhe negou
A mínima porção de amor!


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Danusa Almeida escreveu assim ...
Quem é que poderá me julgar?


Sou mais um abandonado
Menor na rua deixado
No frio, com fome, como um bicho
Sobrevivo com restos do seu lixo

Fiz "amigos"; em bando, assalto
Não acho isto nada errado
Já me acostumei com esta trama
Você sabe, não faça drama...

Entregue o que me pertence
Afinal, não me deram a chance
Se é assim que se vence
O dia a dia, ser esperto "é o lance"

Não tenho exemplos do bem
Não conto com mais ninguém
Sem amor, sem calor de um lar
Quem é que poderá me julgar?
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Maristela escreveu assim...

POBRE CRIANÇA

Era uma pobre criança tão desnutrida!
E pelos pais alcóolatras,abandonada.
Cedo sofrendo as adversidades da vida!
Por um traficante já foi adotada...

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Fernandinha Xerez escreveu assim

ACRÓSTICO
G.arota de rua
I.nfeliz, nua
L.ixo ela cata
D.entro da lata
O.crack a mata

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Zaira escreveu assim...

OS OLHOS DO AMOR  DIVINO

Essa é a nossa triste realidade,
Alguns tem consciência... 
Enquanto outros, na sua cega ambição,
Tiram o alimento que:...
De graça da terra e céus recebem


No suor da inocência, suga sua frágil, e iniciante vida.

Vida que veio para ser vivida, feliz ...aprendida
E se fez triste ... perdida 
Rogo a Deus, que futuras crianças,
Não tenham suas vidas, banidas...sofridas.
Que venham bem protegidas...
Porque, o que mais  precisamos neste mundo
É aprendermos a olhar os nossos irmãos e semelhantes
Com os olhos do “amor divino”...
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Helocrósio escreveu assim!...

SOCORRO!!!

Olhem para mim..!!
Sou criança, sou carente
Preciso de cuidados e carinho!
 
Náo tenho infancia, nem brinquedos,
Nem frequento escolas!
Meus amigos, inimigos,
Me defendo , como posso,
De um mundo de violencia!
 
Descalço pelas ruas,
Tenho fome, tenho sede!
Trombadinha, ganho o dia!
 
Nas ruas sobrevivo,
E em casa eu apanho!
Sem escolhas,a droga,
 E  o unico caminho!!
 
Se sou menino ou menina,
Que importa?
Sou apenas uma criança,
Que nasceu da miséria,
entregue a própria sorte!!
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Nailo Vilela escreveu assim!...

INFÂNCIA ULTRAJADA

De uma infância ultrajada,
Marcas e seqüelas ficarão,
Jamais serão recuperadas,
Matando o amor no coração.

Tornado um ser humano insano,
Da mais alta periculosidade,
Para ele a vida não tem nenhum valor,
Por não confiar mais na sociedade.

Prefere findar os dias rastejando,
Um ser que nunca conheceu o amor,
Tudo dentro de si foi destruído,
Só ficando as marcas de ódio e dor.
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Jacó Filho, escreveu assim... 

CRIANÇA !

É o universo preservando-se no descendente...
Recomeço da vida, a esperança na inocência...
Continuidade da nossa espécie em evidência...
É um milagre, sopro de Deus numa semente...

Os que se dedicam a essa semente com amor,
Terão a alegria de colher dela, ótimos frutos...
Farão seus filhos se tornarem homens justos,
Dão à família e à pátria, um futuro promissor...

Quem entrega a descendência ao submundo,
Negando o amor que Deus lhe doa neste ser,
Rouba-lhe vida, a oportunidade, o alvorecer...

Obriga a pátria recolher mais um moribundo,
E levá-lo à escola, dar abrigo e o que comer...
Evitando-lhe assim, ir para cadeia ou morrer...

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Beth Gaucha, escreveu assim...

 Alforria  
Desde criança muita dor lhe foi imposta
Ser chacota na escola e o pior... órfão!
Não ter uma família foi sua pior desdita
Aflito e dissimulado mascara sua emoção
Na muda linguagem, toda sua decepção
 
Tentava apagar vestígios que o machucavam
E disso os traficantes se aproveitaram
Roubou, assaltou ...distribuiu drogas!
Hoje, usuário da maldita, anulou sua memória
 Sentindo os efeitos dos devaneios que o assolam
 
Desejos secretos de uma liberdade perdida
Sinto a sua alma me pedindo alforria
Na tristeza desta vida desregrada e inglória
Ouço seu grito extravasando sua agonia
Débil gesto de evasão... desta sua trágica historia!
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O irmão e amigo Pacco escreveu assim...

Ciladas!...
 
Oh! Pai! A hipocrisia inda perdura
Em todos os laços da sociedade...
As crianças vivendo na amargura,
Sendo assassinadas na vil lealdade.
 
Hoje, os méritos andam em desatinos,
Pela ignorância dos reis malditos...
Iludindo a multidão — são cretinos!...
Tal qual a besta engana os eruditos,
 
Prostrados na submissão do algoz...
Co’as profanas almas angustiadas,
E vão mergulhando num mar atroz.
 
Lar de errantes, de línguas afiadas...
Onde reina a orgia — o gládio feroz,
Nos sarcófagos das grandes ciladas!...
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Gildo G Oliveira
Enviado por Gildo G Oliveira em 13/05/2011
Reeditado em 20/05/2011
Código do texto: T2967042
Classificação de conteúdo: seguro
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