Mini Conto de Amor Nordestino

Queria sim...

Uma querência toda cheia de si, mas ciente do não poder.

Ia fazer o quê? Resultado de querer sozinho era desgraça, melhor era fingir que não era aquilo nada...

Talvez bocado de amizade mal intencionada, qualquer um que se cuide pode ter, talvez desejo de pele, coisa de alma mesmo, coisa que ninguém ia poder julgar porque escondido todo mundo sente...

Amor, amor mesmo, daqueles que a gente sente e jura que sente, não, isso não era não, não mesmo, porque aquela querência toda tinha juízo suficiente pra se dizer não amor.

O que ele ia fazer do sentimento de nome proibido?

Ah, isso era mais difícil prever que chuva por aquelas bandas...

Porque sentir a gente pode até ser corajoso pra tal, mas dizer, vixe, tem de ser muito é homem. Dizer e esperar pra ouvir, nossa, isso era demais demais pra ele...

Queria correr o risco nada!

Tava bom só sentir mesmo aquele friozinho na espinha tão gostoso que vinha vez em quando...

Queria só olhar, só sentir o cheiro de terra quente e seca, só deixar ficar no abraço desajeitado que era a maravilha do fim do dia...

Dizer, pra correr o risco de espantar tudo isso? Pra quê?

Sentimento mesmo a gente sente é pra gente.

Taynná Monteiro Gripp
Enviado por Taynná Monteiro Gripp em 13/12/2008
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