"Idílio"

Idílio! Onde estás que não te vejo?

Por que permites que eu o sinta como a brasa viva dentro de meu corpo, se há tempos não posso materializar- te em desejos sãos?

Como ousa desfrutar de minha carne, utilizando as mais diversas peripécias que, sem pudor, fere os meus devaneios loucos por teu ser?

Quem tu és, Oh idílio sedutor, que me fazes permanecer em êxtase profundo, mesmo quando não mais vejo a lua e passo a sentir a leve brisa da manhã a afagar os meus cabelos?

Onde estás, ser profano, que se manifesta em minha mente e descontrola o meu raciocínio, pois quanto mais invisível estás, mais sonho com o teu bem querer?

Idílio, tu bem sabes que és fruto imaginário dessa alma perturbada, que busca o teu consolo para sobreviver. Se por acaso me escutas, suplico que respondas ao meu desespero, para que um dia possas ser carnal não só aos meus olhos, mas também eterno na amplitude lírica de meu ser.