Um romance qualquer (parte 10)

Dia seguinte Cristiano e a mãe estavam na Mansão Lassale. Carlo contou tudo exatamente como aconteceu e eles foram ao quarto dela. Chegando ao aposento Fabíola ainda dormia em profundo sono, então voltaram à sala de visitas esperar que acordasse. Cristiano estava inconformado, tinha aprovado Mário e agora ele apronta uma dessas.

- Como ele pôde fazer isso com a minha irmã? Perguntou o irmão.

- Calma meu filho, você não conhece o caso todo, dê uma chance para o rapaz se defender.

- Se é que ele merece esta chance.

Fabíola acordou, tomou um banho e os encontrou na sala de visita. Deu um beijo e um abraço apertado em cada um e deitou no sofá preferido de seu pai. A mãe e Cristiano estranharam sua cara, sabiam que ela não estava bem, mas sua aparência estava tentando mostrar o contrário.

- Como você está agora? Perguntou o irmão à Fabíola.

- Bem melhor, depois que meus amigos vieram aqui em casa ontem eu melhorei.

- Não falou mais com Mário? Perguntou sua mãe.

- Quero que o Mário vá se danar, não vou ouvir o que ele tem a dizer. Na verdade ele confessou tudo no dia. Ele podia ao menos ter negado, só pra não piorar tudo.

- O que você vai fazer agora? Quis saber Cristiano.

- Não faço idéia, só sei que não quero morrer chorando no meu quarto. Paguei para o pessoal que preparava a festa com o dinheiro que você deixou. Acabei nem fazendo o vestibular no meio do ano e não sei se vou fazer no fim. Com os preparativos da festa eu acabei nem me preocupando, mas agora tudo acabou.

O silêncio tomou conta da sala e a comunicação ficou apenas entre os olhares, Fabíola não agüentou e se pôs a chorar novamente. A mãe e o irmão abraçaram-na e tentaram acalmar a moça.

- O que você quer fazer? Perguntou o irmão. Podemos pedir comida em casa e assistir filmes no seu quarto.

- Nada disso – respondeu a irmã – vamos sair de casa, não agüento mais ficar aqui trancada.

Assim Fabíola saiu com a família almoçar e depois eles foram ao shopping praticar o esporte preferido dela, torrar a grana do pai em dose exagerada. Cristiano comprou camisas novas para si e também um presente para seu sócio, já que o tal homem estava o deixando rico. A irmã comprou várias roupas para si, objetos para o quarto e um presente que Cristiano levaria para Yoko.

Após as compras pela tarde inteira Fabíola ligou para os amigos querendo combinar de sair à noite naquele dia, ela queria ficar o máximo possível fora de casa e ocupar a cabeça. Róbson foi buscá-la em casa para a balada, ao entrar em seu carro a moça notou dois baseados enrolados no console do carro e pegou um deles sem o rapaz ver. Já no bar ela estava se acabando de dançar na pista após ter esvaziado três copos inteiros de gim rapidamente. Róbson foi pegar os baseados que havia guardado no bolso e achou apenas um, procurou novamente e não achou o segundo, mas logo percebeu quem poderia tê-lo pego.

O rapaz a deixou em casa depois da balada.

- Você estava bem hoje, nunca te vi dançando tanto.

- O álcool me deixou bem.

- Apenas o álcool? Perguntou ironicamente Róbson.

- Como assim?

- Por favor, eu dei falta de um dos baseados dentro do bar. Eu disse pra você ir com calma.

- Relaxa, eu sei a hora de parar.

- Espero mesmo. Já pode descer. Tchau.

Fabíola notou que Róbson parecia bravo com o que ela fizera, mas não sabia se tinha sido mais por ter usado a maconha ou por ter roubado um de seus baseados provavelmente pelos dois. Mas não entendia muito bem, pois fora ele mesmo quem ofereceu a droga pela primeira vez. A moça entrou em casa e foi para a cozinha, na geladeira pegou a garrafa de vodca da noite passada e despejou a bebida goela abaixo em seu quarto. Carlo entrou em seu quarto para verificar se a moça havia chegado, depois recolheu a garrafa de vodca e a levou para a cozinha. O mordomo estava começando a se preocupar muito mesmo com ela.

Fabíola saía para a balada quase todos os dias e sempre chegava em casa bêbada, além da maconha começara a experimentar outras drogas e não queria saber de mais nada na vida. Ela sempre gostou de sair para curtir a vida com os amigos, mas agora estava extrapolando e se prejudicando.

Passado alguns dias ela estava arrumando seu quarto que estava uma zona de guerra e acabou encontrando o anel dado por Heitor em seu aniversário. A jóia a fez lembrar o dia em que ele disse que iam casar, quando Fabíola riu e falou sobre a aliança que Mário lhe dera, isso faz surgir uma idéia na cabeça que logo ela fez questão de apagar.

- Imagina, que besteira – pensou alto Fabíola.

Besteira ou não, a idéia não a deixou em paz. Um sábado no shopping ela encontrou o médico, conversou com ele e os dois combinaram de sair para jantar. Quando ela chegou em casa, foi para o quarto, se jogou na cama e ficou divagando sobre o assunto.

- Será? Não, melhor nem pensar.

A idéia a atormentava.

Dia seguinte Fabíola almoçava com Luma na casa da amiga. De uma hora para a outra a visitante perguntou:

- Seria estranho eu me relacionar com alguém depois de terminar o noivado há pouco tempo?

- Você deve fazer o que quiser, só não sabia que já havia alguém em vista – respondeu a amiga.

- Não há ainda, só queria saber mesmo.

Luma estranhou e não entendeu bem onde Fabíola queria chegar com essa pergunta.

Farah
Enviado por Farah em 23/01/2009
Código do texto: T1401031
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