QUANDO O AMOR DESPERTA

Não era um relacionamento normal, daqueles em que ao acordar os conjugues se olham nos olhos, se desejam bom dia, e seguem para o café da manhã. Mas, ele a acordou... Ela abrira os olhos, esboçara um sorriso largo, estendeu a mão para ouvi-lo.

Não havia abscissa, além de aspectos geográficos e, isso já não era obstáculo, pois suas falas eram enlaços, seus corpos respondiam aos passos de suas vozes. Eram os sussurros perdidos da noite, que comandavam a conversa quase sem fala, que tanto dizia ao coração.

Ela, ainda sonolenta, espreguiçava sobre os lençóis, que paulatinamente deslizava na cama, e ele acompanhava seus movimentos, enternecido e esperançoso de lhe tocar. Uma oscitação no meio da fala e, ele propõe fazê-la voltar a dormir. Inicialmente ela hesita, mas sem perceber vai cedendo a cada mimo seu.

Ele gosta de ouvi sua respiração, lhe diz o quanto a ama por repetidas vezes, até que percebe que ela não o ouve mais... É tomado por uma sensação inusitada, um desejo ardente, que lhe faz permanecer por muito tempo acompanhando o letargo da amada, através dos suspiros, que mais lhe parecem música aos seus ouvidos.

Ivone Alves SOL