À ESPERA PELO AMOR ETERNO

   Numa dessas manhãs de minha vida, após a perda de um amigo, irmão e grande companheiro, havia ido cumprir minha parte e acompanhar o seu funeral.  João Souza, que há menos de um mes haviamos comemorado juntos, os seus 87 anos, não havia acordado naquela  véspera de domingo. Ele, na minha concepção de vida, fora um grande exemplo de homem ,um grande amigo e embora  houvesse uma grande diferença de idade entre nós, havíamos nos identificado como verdadeiros irmãos. Éramos dois Espíritas Cristãos, e nas trocas de ensinamentos procurávamos muitas respostas; uma constante, em nossos encontros quase diários.  Como sempre fiz,- e se puder sempre farei - saí batendo palmas no portão do cemitério agradecendo a Deus ,por mais uma oportunidade de vivenciar estes fatos que lhes narro; não só a passagem do João, mas à minha saída dali para continuar o trabalho que me era destinado; antes com ele materialmente, e agora com seu apoio espiritual.
    João não havia “morrido”, apenas tinha cumprido sua missão aqui e, a partir de agora,iria me ajudar de lá. Eu acredito nisso. Por estar absorto nos meus pensares ,não vi de onde havia surgido aquela bela deusa-mulher,que ao passar por mim no portão trazia em suas mãos um belo ramalhete de flores e o seu olhar, ao cruzar com os meus, deu-me a nítida impressão de que  a conhecia. Intrigado, resolvi segui-la, não pela beleza, mas pela sensação  de que algo inusitado e intrigante, iria acontecer. 
    Procurando não me fazer notado, segui seus passos e a vi entrar em um corredor,que fica ao lado direito, do pátio sepulcral e que eu havia estado alguns momentos antes. Sabedor de que ali não haveria outra saída, apertei meu passo e para minha estupefação , não tinha ninguém a não ser alguns pardais e ...o ramalhete de flores,na tampa ainda com o cimento fresco onde foram colocados os restos mortais de meu amigo João.  Enquanto o cabelo voltava a sua condição normal ,visto ter ficado todo eriçado , veio-me a imagem daquela bela mulher e pude me lembrar de onde a conhecia:... do álbum de fotos da vida  e da juventude de João, pois ela fora a única mulher de sua vida e por ter sofrido um trágico acidente na véspera do casamento,havia partido precocemente. João tornara-se um solteirão convicto e pouco falava sobre sua vida amorosa,e quando alguém tocava no assunto, as sua feições se transformavam ,ele incontinente desconversava e mudava de assunto. 
  Sai dali feliz, pois presenciei o reencontro de um verdadeiro amor, onde a espera foi de ambas as partes. Uma testemunha que tinha as flores...como evidência !

  Meus queridos amigos e leitores, eu acredito que tudo nessa vida é possível de acontecer , pois como acredito na alma , também creio em suas manifestações. Esta porém é uma história criada pela minha imaginação. Espero que gostem ,mas não poderia  lhes mentir ,ou deixar que pensem ser verídica.  Um beijo n'álma de todos


Pelotas ,27 de setembro de 2009
Gildo G Oliveira
Enviado por Gildo G Oliveira em 27/09/2009
Reeditado em 09/10/2017
Código do texto: T1835152
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