A coisa mais bela que eu já escrevi.

Aquela era uma noite linda. Era Outono, o vento acariciava as folhas das árvores e as carregava ao ar, era um lindo espetáculo da natureza, folha e vento, dançando como um casal de bailarinos que dançam juntos desde a infância, sem nunca ter trocado de par.

Esse espetáculo era apreciado por um jovem casal de amigos. Ela, Estava sentada na mureta que separava a varanda da casa do estacionamento, e ele, estava deitado na rede, logo atrás dela.

Ela estava encantada com a dança do vento e das folhas, sentia-se parte daquilo, podia sentir a natureza entrando em seus poros e por alguns momentos tornou-se a própria folha que o vento carregada.

Ele, Observava o espetáculo e assim como ela, sentia-se parte daquela mágica, daquele cenário indescritível, ele sentia-se um deus e aquele local era seu universo.

Sentiu-se poderoso, sua felicidade ia além de qualquer palavra ou sentimento que homem algum já havia inventado, todo seu corpo tornou-se uma explosão de sensações, seus poros captavam a energia que a natureza transmitia, seus ouvidos eram banhados com o som do sopro do vento, seu nariz captava o cheiro da relva úmida após a curta chuva que houvera aquela tarde, sua boca sugava profundamente o ar mais puro que poderia existir na face do planeta, e seus olhos eram privilegiados com a visão mais perfeita que alguém jamais tivera, de sua rede, ele via perfeitamente aquele ser que ele sempre amara, ela estava de costas para ele, sentada praticamente ao seu lado, via-a de perfil, e seu rosto era iluminado pela lua, ela tinha a pele clara, os cabelos longos e ondulados, seu corpo era tomado pela luz azul que vinha do céu, não havia palavras para descrever quão perfeito era aquele momento pra ele. Sempre a amou e fora correspondido, um amor jamais visto, era puro, sincero, eterno. Sempre foram amigos, sempre souberam tudo um do outro, ele a conhecia mais do que ela mesmo e ela sabia mais sobre ele do que ele podia imaginar, eram cúmplices, companheiros inseparáveis. Ela havia acabado de sair de um relacionamento conturbado, ele, nunca tivera ninguém por completo, não era o homem perfeito, vivia intensamente, não media os riscos. Ele era um aventureiro, se envolvia com o máximo de mulheres que conseguia e não dava a mínima para elas, já ela, buscava sempre o amor, era sonhadora, acreditava que um dia encontraria um homem que a entendesse por completo.

O vento ainda soprava e o silencio da noite foi cortado quando ele fez a ela um convite:

 Deite-se aqui na rede comigo.

 Claro amor, como recusar um convite desses.

Ela deitou-se ao seu lado. Ele abraçou-a e lhe beijou a testa como sempre fizera. Ela estava triste, seu coração havia sido partido por alguém que, na opinião dele, nunca merecera sua atenção. Pouco tempo havia se passado desde o término do relacionamento dela com esse alguém e ele desde então, como sempre, estivera ao seu lado, apoiando-a e animando-a para que não chorasse em vão.

 Quero lhe agradecer por tudo que tem feito por mim amor. - disse ela

 Coração, você é a única pessoa do mundo que não precisa me agradecer por nada que eu faça – ele respondeu.

 Eu sei, mas... Você sempre foi tão perfeito comigo, não encontro palavras pra descrever a gratidão que sinto por ti. - ela.

 Não diga nada, não precisa dizer, apenas continue dando-me esse sorriso que eu já me sinto gratificado. - ele.

Ela beijou-se a bochecha e o abraçou forte, ele como sempre fazia, deu-lhe outro beijo na testa e retribuiu o abraço.

Era uma noite perfeita. Os dois na rede, o vento soprando, a lua no céu, e de repente, como que pra completar o espetáculo que a natureza proporcionava aos dois, começou a chover. Ele por um momento pensou em convidá-la a tomar banho de chuva, mas, preferiu não estragar aquele abraço mágico. Ela sentia-se segura e ele adorava passar essa segurança a ela.

Repentinamente, ele sentiu algo brotar em dentro de seu peito, nunca havia sentido a amiga tão próxima dele fisicamente, seu corpo estava entorpecido com tudo aquilo e principalmente com o perfume que exalava dela. Sentiu-se estranho, nunca a havia sentido e visto como estava vendo agora, antes ele a enxergava só com seu coração, agora a enxergava com seu corpo também. Apertou mais o abraço trazendo-a para mais próximo de si, podia sentir sua respiração, era leve e cadenciada. Ele estava desejando-a com todos seus sentidos, seu corpo e sua alma. Ele estava acariciando seus cabelos, ela havia colocado a mão em seu rosto e acariciava-o também. Aquela troca de carinhos estava exitando-o. Ele deslizou a mão sobre seu rosto. Acariciou suas bochechas. Sua boca. Deslizou sua mão ao pescoço dela e começou massageá-lo. Ela estava adorando aquele momento, sentiu algo explodir dentro de si. Sempre o vira apenas como um amigo, mas nessa noite, sentiu algo a mais por ele, sempre o achara um homem atraente, mas nunca tivera nada físico com ele, nunca havia sentido vontade de tê-lo em seus braços como o tinha agora. Estava ficando excitada com os carinhos do seu companheiro, mas não se sentiu a vontade para demonstrar, tinha medo de estar confundindo as coisas, ele sempre fora muito carinhoso com ela e agora não estava sendo diferente, mas, podia sentir de alguma forma que dessa vez tinha algo a mais. Sentiu-se feliz.

Um misto de felicidade com excitação. Seu rosto estava na altura do peito dele, muito próximo ao seu pescoço, ela beijou-o.

Ele puxou-a mais pra cima, de modo que seus rostos ficassem na mesma altura. Ele a olhou nos olhos como nunca havia olhado para uma mulher antes, olhou sua alma, sua aura, entregou-se a ela nesse olhar e foi retribuído, ela, com seus olhos azuis, deu-se por completa nesse olhar, abriu seu coração e seus pensamentos a ele. Seus rostos estavam banhados pela luz da lua, os olhos brilhavam e seus corpos explodiam de amor e de excitação. Sentiram-se completos. Transformaram-se numa só alma, num só pensamento e desejo. Aquele momento durou o que parecia uma vida inteira para os dois, o silencio então foi quebrado quando juntos disseram:

 Amo-te, amor!

Essa foi a porta de entrada. Ele não pode conter-se e a beijou. O mundo parou ao redor deles, não ouviram mais o vento, não sentiam mais o calor da noite, não ligavam mais pra chuva que caia.

Tudo que importava agora eram seus corpos e o que sentiam um pelo outro. As mãos dele deslizaram pela sua cintura e as dela estavam em seu rosto, nunca haviam provado um beijo assim, um beijo perfeito. Seus corpos não resistiam mais, eles exalavam amor e tesão, ela tirou sua camiseta, ele levantou seu baby doll até deixa-la nua.

Suas mãos deslizavam por seus corpos, estavam ligados física e emocionalmente como a folha e o vento.

Beijando-se e acariciando-se. Ela suspirava em seu ouvido enquanto ele mordia seu pescoço.

Estavam em sincronia, moviam-se como um corpo só, ela rolou seu corpo sobre o dele enquanto ele acariciava se sexo.

Ela havia encontrado o que sempre havia esperado encontrar num homem, compreensão, amor e segurança. Ele conseguiu acreditar que existia um amor verdadeiro entre homem e mulher, e estava disposto a ser em dobro para ela o que sempre havia sido.

Naquele momento perceberam que deveriam unir suas vidas, seus sonhos, seus desejos, seus pensamentos e suas metas.

Amaram-se a noite inteira. Juraram um amor incondicional e inigualável. Seriam um só por toda a eternidade.

Di Rodrigues
Enviado por Di Rodrigues em 30/09/2009
Código do texto: T1839649
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