Amor Sem Asas

Cloeh estava sentada no banco da praça próximo à sua casa, sempre ficava ali depois da escola, na sua liberdade dos treze anos, esperava o tempo passar, a sua imaginação ia além dos limites, ela via as pessoas passando nas ruas e ficava pensando o que elas fariam dalí em diante, se elas estariam indo para as suas casas, ou então para o trabalho. Nunca ficava com a mente em branco, o que as vezes prejudicava os seus estudos, ela adorava escrever contos e poemas, nenhum delels falava de amor, todos falava de como a vida era bela.

Um dia ela estava no seu devaneio natural, quando veio pela Rua das Laranjeiras um garoto, aparentava ter entre treze e quatorze anos, ele usava uma camisa de manga, branca, e um par de jeans com um par de sapatos pretos, comuns, ele tinha um rosto pálido. Tinha o nariz afilado, os seus olhos eram cinza, tinha sombrancelhas final, e lábios rosados, ele estava com um cachecol marrom cobrindo o seu pescoço, ao andar com as mãos nos bolsos dos jeans ele parecia andar determinado, a cada vez que ele expirava um pouco de "fumaça" saia de seus lábios. Cloeh ficou sentada seguindo ele com o seu olhar, o seu coração acelerou, ela se sentia mais leve só de olhar para ele. Todos na rua passavam por ele como se ele fosse um garoto normal andando pela praça.

Então, Cloeh se levantou e começou a seguí-lo de longe, ele estava indo em direção ao parque da cidade, lá havia uma floresta frondosa, ela nunca tinha passado por ela, mas sempre tivera vontade. Ele estava mesmo indo em direção ao parque, ela o seguiu, ele ia se afastando, parecia que havia começado a andar mais rápido que o normal, Cloeh teve que andar no seu limite para acompanhá-lo, eles passaram o parque o mais rápido que ela pudesse imaginar que alguém seria capaz de fazê-lo, mas quando ele chegou à orla da floresta, começou a correr em direção às árvores. Cloeh o seguiu, ela estava acompanhando o ritmo do garoto, o que a deixava feliz, pelo menos não o perderia de vista.

Passaram da floresta, e do outro lado havia algo que Cloeh jamais imaginaria que existisse, havia um penhasco, sem grama, apenas terra desgastada. O garoto seguia correndo sem parar, então Cloeh gritou.

- Hey, garoto! Pra onde você está indo?!

Não houve resposta. Ela seguiu correndo atrás dele, tentou chamá-lo várias vezes, mas não obteve nenhum resutaldo, quando ele estava chegando perto do final do penhasco, ela acelerou, ela não queria ver aquele garoto caindo, mas foi o que aconteceu. Ele pulou, com uma determinação que ela nunca antes havia visto em ninguém. Assim que ela chegou ao final do penhasco, já com uma lágrima cortando o seu rosto, um anjo subiu ao penhasco e a abraçou.

Ela demorou em perceber, mas aquele anjo era o garoto que havia pulado antes, ela estava gora aos prantos.

- Por que? Por que você teve que morrer? - Disse ela com a voz embaçada.

- Eu não morri, eu estava destinado a fazer alguém sentir o que era o amor pela primeira vez, e pelo visto eu consegui sem nem ao menos dizer uma palavra.

- Quem você fez sentir o que era o amor? - Perguntou ela, agora se acalmando.

- Você Cloeh, você.

- O-Obrigado. - Disse ela com uma última lágrima escorrendo pelo seu rosto.

Ele beijou a sua testa e lhe deu o cachecol que estava usando enquanto humano, ela saiu andando em direção à floresta, mas antes de penetrar na vastidão de árvores ela olhou para trás, e viu que no lugar onde ele estivera parado, havia nascido uma rosa branca. Ela colocou o cachecol do anjo e foi para casa, agora com um sorriso no rosto.

Marco Borghi
Enviado por Marco Borghi em 04/01/2010
Código do texto: T2010686
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