UMA CARTA EM MEUS GUARDADOS

Ao mexer nos meus guardados,

Encontrei uma carta a mim endereçada,

Enviada por minha mãe.

Então, resolvi posta-la.

Talvez alguém diga

Que é um tanto, quanto triste,

Ou melancólico, sei lá.

Pessoal... Particular.

Tive por consentimento da minha mãe.

A verdade é que:

Minha intenção é mostrar

Como é lindo, sublime.

O falar do coração,

Principalmente quando vem de uma mãe.

Bem, a carta dividiu-se em três partes.

A primeira trata-se de um desabafo,

A segunda parte a eu estar intencionada.

A terceira é uma declaração de amor.

Primeira parte:

Sozinha muitas vezes pergunto a mim mesma:

Porque você anda tão triste, diga.

Porque não amo mais a vida, nada faz sentido,

É só tristeza e dor.

Se Deus pudesse trazer o meu filho de volta,

Seria tudo diferente, é o que eu mais queria.

Mas sei que isto não é possível.

Deus, a minha vida sem ti não é nada,

Faça alguma coisa por mim, não deixe.

Que eu sofra, por favor.

Segunda parte:

Filha, os anos passam e você continua a mesma

De sempre, bonita e alegre.

Os momentos tristes devem ser esquecidos,

Porque você é uma pessoa maravilhosa

E muito querida, merece ser feliz.

Nunca fique triste,

Onde quer que você esteja,

Jesus estar contigo.

Felicidades, saúde e paz.

Que o divino Espírito Santo te proteja.

Filha, tudo o que escrevi, é o que sinto

E que vem de dentro de mim.

Guarde esta carta, por favor.

De sua mãe que te ama muito.

Terceira parte:

Mãe, de todos os que sofrem,

Conforta com tua benção o meu coração ferido.

Poderosa!

Neste difícil momento de minha vida

Em que todos os encantos parecem desaparecer

Junto com aquele que era parte desses.

Volta-me teu coração de mãe,

Tu és o refúgio que preciso, para a minha grande dor.

Penso que meu coração não suporta este peso,

Vejo tua imagem, com seu filho divino nos braços.

E penso que a minha dor não é única,

Que outros também já passaram, também tu provas-te.

Porem encontra-te forças para erguer tuas esperanças

E no teu filho a promessa de que a vida continua depois

Da morte.

Esta esperança eu busco em ti, oh! Maria

Em teu amparo.

Compreendo que os filhos são dádivas divinas

Que o Senhor nos confia.

No qual cuidamos e com amor de mãe formamos.

Senhora minha, sinto-me fraca, quando tenho.

Que passar por esta dura prova.

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Este é um desabafo de uma mulher

Referindo-se ao seu sofrimento,

No qual pede alivio e repouso a mãe maior.

Ao mesmo tempo, uma linda declaração de amor,

De uma mãe a sua filha.

E ao seu filho que partiu desta vida precocemente.

O passar dos anos não lhe deixou esquecer,

A dor parece à mesma de ontem.

Cristina Siqueira
Enviado por Cristina Siqueira em 15/03/2010
Reeditado em 15/03/2010
Código do texto: T2138993