O Poeta.

Na cidadezinha de Coracyn.
Os moradores despertavam com o badalar do sino da Igreja.
Logo depois, pelas ruas da cidade circulava um panfleto. Decorado com florinhas coloridas e uma linda mensagem. Fazia parte do cotidiano de Coracyn. As mensagens amenizavam a labuta do dia. Traziam um encantamento de paz e de amor nos versos confeccionados. As crianças ainda incultas queriam também ouvir tão belas citações de amizade e carinho. De certa forma, as belas mensagens faziam parte da vida de todos. Ate que um dia, o prefeito da cidade quis conhecer o poeta de Coracyn. Foi divulgado na rádio da cidade, jornal e púlpitos das Igrejas... Nada... O Poeta não apareceu. O prefeito insatisfeito decidiu doar uma grande quantia em dinheiro para O Poeta anônimo. Nossa! Foram tantos os poetas que apareceu na prefeitura, e a todos deram uma pena e uma folha de papel em branco para que pudessem escrever mensagens. E nada... Eles não tinham o “estilo” da escrita do Poeta. Nesta altura do causo, virou um reboliço, todo mundo era O Poeta. O prefeito decidiu “convocar” os letrados de Coracyn, que a contragostos, importantes que eram, foram lá escrever as tais mensagens, nada... Não era ainda O Poeta. O prefeito então decidiu procurar nos registros de poetas da cidade, se o tal estaria “registrado” tarefa difícil ““. Ele não conseguiu ler em nenhuma escrita aquele “estilo” do Poeta. O prefeito então cansado de procurar desistiu da proeza e foi cuidar da prefeitura. Passados muitos anos o mecânico mais antigo da cidade morreu. E como as mensagens pararam de circular, o antigo prefeito procurou a viúva.___ Então era o mecânico O Poeta? Ela sorrindo respondeu... ___ Não, O Poeta era o mecânico e ele não almejava reconhecimento.
Fim.
A poesia não é uma profissão.
A profissão não é uma poesia.
Poeta não precisa de registro.
Registro não precisa de poesia.
É simples é maravilhoso é sublime.
É apenas... Um estilo de Poetar.
Há quem aprecie.
Há quem renegue.
 



Republicado para (EU) (risos)

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