"Coincidências ou Obra do Destino"

Numa tarde de quarta feira ensolarada do mês de Setembro de 1984 eu havia acabado de chegar de Umuarama, e ao chegar à casa de minha noiva em São Paulo, ela me pediu para ir ate o Hospital onde sua avó estava internada, nesta visita iria eu sua mãe, seu tio e um irmãozinho dela, um pivete de uns dez anos de idade.

A minha noiva não iria, ao chegar ao Hospital deixei que a minha provável sogra e seu irmão entrasse para visitar sua mãe, e eu fiquei com o pivete na entrada do Hospital, ali havia um corre mão e tinha como eu me sentar no lado inferior dele.

Eu estava com a barba de uns quinze dias por fazer, cabelo de dois anos sem cortar e muito cansado devido ter chegado neste mesmo dia de viagem.

Em quanto aguardava ali por minha provável sogra e seu irmão, eu e o pivete ficamos só observando o movimento naquela tumultuada recepção de Hospital publico. Quando derrepente; três garotas passavam de um lado para outro naquele corredor cheio de gente, uma delas era magrinha e mais alta que as outras duas, e ela caminhava entre as outras duas, ela tinha os cabelos pretos, narizinho empinado e muito sorridente, ao passar varias vezes percebi que fazia comentários sobre meus olhos com suas amigas, porem, elas foram embora e eu nem se quer perguntei-lhe o nome daquela menina que me encantava os olhos.

Depois de três meses cortei meus cabelos, tirei a barba e fui a um evento num bairro meio afastado de onde eu morava, fui eu e mais três amigos e ao chegar neste local havia um grande ajuntamento de jovens, e nos começamos a olhar as garotas, cada uma mais linda que a outra. Para minha surpresa, vi uma que me lembrou as meninas do Hospital, ou seja, a menina que eu acabava de ver estava com a menina que me encantava os olhos há três meses atrás. Então a procurei com o olhar entre a multidão aquela que eu queria ver novamente.

Para minha surpresa ela estava lá, nos vimos e ela não me reconheceu devido eu estar com cabelo e barba cortada.

Um dos meus amigos olhava para ela, e ela começava a flertar com ele também, o cara logo me disse, hoje vou sair daqui com uma garota, e quando eu vi que a garota a qual ele se referia era a menina do Hospital, não perdi tempo!

O meu noivado tinha acabado, estava só, e o meu amigo afim da menina que eu já tinha visto há um tempo atrás, eu fiquei de olho e quando ela saiu eu fui atrás, ao me aproximar perguntei, você se lembra de mim? Ela meio irônica perguntou-me, e deveria? Eu me apresentei e puxei pela memória dela lembrando-há de três meses a trás no Hospital, quando eu disse que eu era o rapaz de barba e cabelos comprido, ela ficou meio desconcertada, mais se manteve firme.

Trocamos endereço, e na semana próxima eu fui ate o bairro onde ela morava e conheci sua casa e a rua onde ela morava neste dia ela me convidou para ir a uma festa de formatura de sua irmã que seria no próximo sábado, ou seja, dali a uma semana. Na quarta feira, quando eu vinha do bairro aonde eu trabalhava infelizmente sofri um acidente e não a contatei para informar, durante os três meses que fiquei em recuperação não tive contato com ela, e depois que já estava bem não mais a procurei, e por um ano não a via mais, foi quando eu me decidi a ir procurá-la num dia de sábado a noite, fui ate seu bairro e, ao vê-la conversamos e fui comunicado por ela que estava noiva e que não queria mais ficar comigo.

Eu também me decidi a me afastar, mesmo porque mulher comprometida não da certo.

Depois de mais um ano, eu precisava ir ate o Brás resolver alguns negócios e quando caminhava por uma rua novamente me encontrei com ela, e neste dia ela estava em horário de almoço e voltava com algumas amigas para a loja onde trabalhava, a me ver veio ao meu encontro e eu tentei me desviar dela, na verdade ate pensei que ela estaria casada.

Porem nos conversamos e eu passei na loja aonde ela trabalhava, e como a curiosidade estava me queimando, perguntei a ela se estava casada, ela sorriu e disse eu não, sou muito nova pra me casar, e você, se casou? Não eu não me casei e estou só, novamente, nos arriscamos a marcar um novo encontro para o dia vinte de Dezembro de 1986, esta seria a data de casamento de um amigo meu e, por coincidência o aniversario dela.

Neste dia começamos a namorar e no mês de Fevereiro de 1987, ficamos noivos, a partir deste dia nos percebemos que o destino havia nos reservados um para o outro, depois de quatro meses namorando fiquei desempregado e ela saia da loja que trabalhava, as coisas começavam a ficar difíceis, o seu pai me deu um prazo para casar e eu para honrar meu compromisso fiz das tripas o coração.

O tempo de nos casarmos chegou e, assim casamos como manda o figurino, no primeiro trimestre de casado minha esposa ficou gestante, e eu ainda desempregado com a situação um tanto complicada, foi quando um anjo apareceu em minha vida, esse anjo foi à mãe da minha esposa, por trabalhar já há algum tempo no Hospital tinha certo privilegio com a Diretoria Técnica e com isso conseguiu uma entrevista com o diretor do Hospital Municipal Tide Setúbal, o Diretor; Dr. Marco Aurélio muito atencioso e interessado no meu trabalho, imediatamente solicitou ao RH que me entrevistassem e em menos de três meses eu começava a trabalhar na Central de Processamento de Roupas, neste Hospital permaneço ate o dia de hoje.

O mais curioso é que na década de 70 os pais da minha esposa se conheceram trabalhando neste Hospital, a minha esposa nasceu no final da mesma década no mesmo Hospital que seus pais se conheceram, e que também havia me conhecido.

E que mais tarde eu viria a trabalhar.

Creio que quando algo em nossas vidas tem que acontecer, acontece mesmo, coincidências ou obra do destino, não sei, o que sei é que comigo foi assim.

Eu e minha esposa tivemos dois filhos, Rafael e Daniel, eles são a nossa maior alegria, apesar do Rafael ter hoje vinte e um anos e o Daniel treze, são a nossa maior riqueza, esta é minha história, sobre como tudo começou.

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 14/05/2010
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