FALU – MORRENDO & RENASCENDO

Naquele dia Cláudio teve uma indisposição no trabalho no momento que estava saindo para uma ocorrência. Após falar com o delegado conseguiu ser dispensado, talvez fosse a comida carregada de Leide. Aquela gostosinha carrega no óleo e no sal, pensava ele sorridente dirigindo seu carro a caminho de casa pensando na esposa Fátima Lúcia, que ele chamava carinhosamente de Fatinha e em Leide, sua empregada de forno, tanque e cama.
Ele chega ao condomínio onde mora, estaciona o carro e entra. Se Fatinha não estivesse em casa ele bem que poderia se divertir com Leide, que a essa hora devia está engomando sua farda.
Ao destrancar a porta ele ouve risadas, gemidos e sussurros. Ele estranha e começa a andar mais devagar, pé ante pé até a porta da suíte. A porta não estava totalmente fechada e tinha uma fresta, sem pensar ele a empurra de uma vez. Então depara com uma cena que ele jamais conceberia, sua esposa completamente nua e por cima a empregada também nua no maior beijo de língua.
- O que significa isso? Ele grita puxando o braço de Leide.
- Significa que não somente você pode se divertir com a gostosa da Leide, porque se você bem se lembrar o padre disse na tristeza e na alegria, na doença e na saúde e por tabela no prazer também, já que deve está nas entrelinhas. Além disso, na certidão de casamento está com comunhão de bens e já que a Leide virou quase um patrimônio da família, eu também tenho direito.
- Você não tem medo de apanhar não, sua safada...
- Sai Leide, agora é comigo.
Com a saída de Leide, Fátima enrola-se num lenço e bate a porta. Aproxima-se do marido com firmeza e o encara nos fundos dos olhos.
- Bate se você for homem e você vai ver o que eu faço... digo pra todos os seus colegas da policia que você é corno, traído pela mulher com outra mulher, automaticamente vão deduzir que você é péssimo de cama. Depois vai responder processo por agressão. Ainda tem isso aqui fala ela pegando um papel debaixo da cama e jogando em cima dele...
- O que é isso...?
- Isso é o seu exame de fertilidade, você é estéril, ou seja, não teremos filhos nunca e você me enrolando. Logo eu que sempre quis uma família grande e você sabe bem porque e ainda a mentira, ou a falta de verdade. Fora isso ainda tem a Edileide, ou a Leide, tão gostosa como leite, leite moça. Era assim que você escrevia nas mensagens que mandava pra ela. E até reconheço que ela é gostosa, mesmo, chupa bem pra cacete, se continuássemos assim logo estaríamos os três aqui nessa cama, acho que era seu sonho e com certeza teríamos que aumentar o salário dela, pois ela faz jus a cada centavo.
- Vamos esquecer isso meu amor, a gente despede ela e voltamos a nossa vida de antes. Quanto a filhos podemos tentar outras coisas, adoção, inseminação artiifical... sei lá, mas você sabe que eu sou louco por você, me perdoa.
- Me responde uma coisa antes, eu sou gostosa...?
- O que...? porque isso agora...?
- Responde seu filho da p...? Sou ou não gostosa? Ou melhor, quem é mais gostosa eu ou a leite moça?
- Claro que você é gostosa, muito e você sabe disso...
- Então porque diabos você foi comer a empregada, me diz, se eu fosse uma baranga, uma bruxa, uma mocréia, tudo bem mas eu sou gostosa, olha esses peitos, essa bunda, esse rosto, olha essas pernas torneadas e macias, olhou bem, passa a mão, passa... Ela puxa a mão do marido e passa no corpo e grita: passa porra. Ele passa e de repente se ajoelha e pede perdão, dizendo que não fará mais, que será fiel, que a ama.
- Pois bem, agora que você já olhou e já passou a mão e já disse que sou gostosa... tenho algo a te dizer, será a última vez que me verá, nosso casamento acabou Cláudio, aqui e agora. Eu vou embora da sua vidinha perfeita, esposa, família, lar feliz, seu mundo ruiu por pura sacanagem sua, que isso fique claro. E nem adianta vir atrás de mim, pedir perdão e fazer esse melodrama, essa coisa piegas de arrependimento tardio. Que pensasse bem antes de fazer merda. Num rompante ela grita pelo nome da empregada.
Já se vestindo e atirando as roupas do guarda-roupa em cima da cama com força.
Leide chega e ela a manda entrar em seguida pede que ela arrume suas coisas em duas mochilas que já estão em cima da cama.
- E outra coisa Cláudio, a Leide continua aqui com você trabalhando, afinal ela não tem culpa de nada e se você a despedir eu faço aquilo tudo que prometi e você sabe que eu faço.
- Pra onde você vai... pra casa do seu pai?
- Tá doido, não volto pra lá nem morta, quando sai de lá pra casar com você fiz essa promessa, esqueceu da jararaca que mora com ele, aquela mulher me atormentou dos oito aos dezoito anos. Quero paz, quero ser feliz, quero encontrar a Floriana, eu preciso encontrar minha irmã e por sua causa eu desisti da minha busca. Agora nada vai mais me deter, vou achá-la nem que dê sangue no meio da canela, eu prometo.
- Eu te peço Fátima fica, eu te amo, me perdoa... por favor, pede Cláudio chorando e agarrando nos pés da mulher.
- Eu já disse que está tudo terminado, eu não quero mais viver com fantasia, eu quero e preciso de fato ser feliz, chega de utopia pra mim, se quiser viver no seu mundo de Alice, continua, mas eu estou caindo fora agora. Chega dessa palhaçada, dessa coisa tão perfeitamente imperfeita e hipócrita.
- Leide chama um táxi, rápido, preciso ir embora.
- Sim senhora, fala Leide saindo cabisbaixa.
- E Leide me ajuda com essa mochila mulher, está pesada, vamos descendo, tchau Cláudio e nem pensa em me seguir, nem pensa em me procurar, me apaga da sua vida e do seu pensamento. Ah, tá e agora sem mim você pode começar a partir de hoje dormir com a Leide ai nessa camona. Adeus e passe muito mal.
Vinte minutos depois Leide ajuda Fátima Lúcia a colocar suas coisas no táxi. Ela entra, antes dá um abraço e um beijo na boca de Leide, fazendo o taxista ficar boquiaberto. Em seguida, olha pro motorista e fala vamos moço direto para o Bar da Fênix – é lá que eu das cinzas vou renascer para uma nova vida.

continua...
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 07/07/2010
Reeditado em 13/07/2010
Código do texto: T2364587
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