NOITE DE VAMPIROS

Na escuridão da noite fria, brilham olhos sorrateiros

Folhas secas levadas pelo vento, derrapam pelo chão

Uivos e sussurros desconcertantes arrepiam quem ouve

Sombras refletidas pelo luar fúnebre, se confundem

Passos desordenados, podem-se ouvir ao longe, no além

No muro envelhecido, um gato preto caminha, desequilibrado

O arrastar de correntes torna-se cada vez mais estridente

O bater de asas noturnos, corta o céu escuro, é enorme

Mais próximo o morcego, revela seus dentes pontiagudos

Em um fio, não se sabe se de um varal ou da vegetação

Após uma peripécia, uma evolução no ar, corpo sem gravidade

Prende-se ali com suas garras e fica de cabeça para baixo

Tudo ali conspira, um verdadeiro ritual, a lua se esconde

Num piscar de olhos, um relâmpago ilumina o morcego

Que num passe de mágica se transforma num príncipe da noite

Já em pé, põem-se a caminhar com elegância e passos firmes

Agora pode se ouvir o barulho de suas botas lustradas na calçada

Com uma bengala de senhorio em uma de suas mãos, desliza

Em sentido contrario caminha sua noiva linda e esbranquiçada

Com o titulo de princesa da noite, sorri ao longe e suspira

Cada vez mais próximos, os ritmos de seus passos aumentam

Ao se aproximarem, olhares cúmplices são trocados se enamoram

Antes de sumirem ao longe, ainda pode-se ver que os dois

Caminham lado a lado de mãos entrelaçadas, em juras de amor