Um amor de sonhos. Um amor real...?

Há uma ilha desconhecida por todos. É tão pequena que nem nos mapas aparece. É um lugar formidável, onde os homens e a natureza convivem em perfeita harmonia. Neste lindo lugar há um pequeno povoado. Pessoas que ainda tiram seu sustento da caça e da pesca. Ali mora uma linda garota, Branca, assim chamada por causa da cor alva de sua pele. A pequena ilha é rodeada por um mar de águas claras e brandas, onde Branca banha-se todos os dias. Um belo dia ela andava à beira-mar, quando encontrou uma garrafa da qual tirou um papel escrito assim: “AMANHÃ, POSSO ENCOTRAR VOCÊ AQUI?”. Branca deu uma leve risada diante do bilhete. Para quem seria? Quando seria o AMANHÃ? De quem seria?

Quando criança, ela ouvia muitas histórias de amor. Princesas, príncipes, guerreiros, finais felizes. Sonhava também com um grande amor, um dia em que teria um final feliz. Quando ela leu aquelas simples palavras, surgiu uma pontinha de esperança, mas a situação era tão irreal que na mesma hora o fio de esperança desapareceu.

No dia seguinte Branca voltou ao local e nem mais se lembrava da garrafa. No dia seguinte a este, ela retornou ao mesmo lugar e enquanto andava na beira do mar, encontrou novamente uma garrafa. Pegou-a, dentro havia um papel. Ao ler o que estava escrito, estremeceu. No bilhete dizia: “POR QUE NÃO VEIO AO NOSSO ENCONTRO ONTEM? SERÁ QUE PODEMOS NO VER AMANHÃ, ENTÃO?”. Aqueles recados seriam mesmo para ela? Não. Não podiam ser. Ninguém sabia da existência daquela ilha, e mesmo que soubessem, como poderiam saber sobre Branca? Havia algo estranho, e ela estava começando a ficar com medo...

Branca resolveu ir ao “encontro”, mesmo com medo, resolveu ir. Chegando ao lugar combinado, sentou ao chão, e meio assustada constantemente olhava para os lados. Esperou, esperou, esperou. Ninguém apareceu. Ela foi para casa, e antes de dormir ficou a pensar na situação. Chegou até a rir de si mesma. Como foi tola ao acreditar que alguém realmente a encontraria ali, naquela ilha. Ela estava destinada a viver eternamente naquele povoado, isso a deixava um pouco triste, afinal, queria saber o que tinha além das águas. E como viveria um grande amor? Branca adormeceu.

Novamente, no dia seguinte, branca foi à beira-mar. Não sabia explicar o porquê, mas havia nela uma certa expectativa de encontrar, talvez outra garrafa com um bilhete, ou quem sabe um alguém, um amor. Pensando nisso, ela percebeu que algo tocou seu pé, sim, era novamente uma garrafa. E o bilhete dizia: “FIQUEI FELIZ EM TE VER ONTEM. OBRIGADA POR TER VIINDO AO NOSSO ENCONTRO. ACHO QUE AMO VOCÊ...”. Branca ficou zonza, sua visão embaraçou, queria correr, ir para casa, mas parecia estar presa ao chão. Desmaiou. Acordou em seu quarto, lembrou do acontecido. Como teria chegado em casa? Quem a teria levado? Ou será que alguém teria encontrado-a desmaiada? Perguntou aos seus pais como chegou em casa. Eles não sabiam, encontraram-na à porta de casa.

Os dias seguiam-se normalmente. Todos os dias recebia uma garrafa com um bilhete. Às vezes passava horas sentada na areia falando se sua vida, de si mesma, de seus sonhos. Chegava a pensar que estava ficando louca ou algo assim. Porém, quando recebia bilhetes do tipo: “ADORO OUVIR VOCÊ CONVERSAR” ou “SUA VOZ É COMO A PERFEITA CANÇÃO AOS MEUS OUVIDOS”, suas dúvidas desapareciam. Ela estava apaixonada, mas por quem? Sabia que estava amando, mas quem? Quem seria o seu grande amor? Essas e outras perguntas, ela não sabia responder. O que sabia é que gostava de ficar conversando, sentia-se bem, sabia que alguém a ouvia, sabia que alguém a amava. Ela, porém, ansiava pelo dia em que conheceria esse alguém.

Os dias se foram, e ele não apareceu. Branca nunca desistiu de esperá-lo. Alguns dizem que ela morreu na areia à beira-mar, nos braços do seu amor, por isso não encontraram seu corpo. Outros dizem, que até os dias de hoje ela ainda estar a esperá-lo. Mas enfim, o que todos sabem é que ela viveu um grande amor, o amor que tanto sonhava. Não como todos estão acostumados a ver ou a viver. Mas, viveu, sim, um amor intenso e real.

Asenate Brasil
Enviado por Asenate Brasil em 10/10/2010
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