À Porta

Contos Anônimos

“À Porta”

Certa vez..., Contou-me um jovem homem:

Ele caminhava sem saber para onde ia, sempre perguntava a si mesmo que caminho devia percorrer. Nas suas andanças era envolto por sua fé, acreditava que ele não caminhava só, tinha no fundo, em seu intimo, uma porta a qual procurava não abri-la, pois, temia o que poderia ter por trás.

Perguntei-lhe por que tinhas medo de abrir a porta... Com certo receio contou-me que por diversas vezes tentou abri-la, más, ao tocar suas mãos à fechadura, sentia um frio diferente na maçaneta da porta, e então um calafrio tomava conta de seu frágil corpo.

Esse medo o acompanhava há muitos anos e por se achar em segurança, preferia assim se manter.

Mais uma vez o que questionei e perguntei por que se achava em segurança.

Com uma simplicidade incomum respondeu-me em generosas palavras que:

Desconhecido..., como você arriscar sua segurança com algo que teme?

Parei por uns poucos segundos sem nada dizer... Foi que veio- me uma confissão a fazer; eu compreendia muito bem, o que, queria ele, ao dizer com suas poucas palavras, todos nós em algum lugar tememos nossas portas, evitamos abri-las, seja por medo ou por insegurança.

Essa conversa com o jovem homem se parasse nas palavras finais que dissesse, seria o suficiente para refletir por um bom tempo.

Foi quando retomando a palavra resolveu contar-me algo mais a seu respeito.

Disse ele:

Sempre caminhei pensando somente em coisas boas, pois, desse modo acreditava que seria o suficiente para viver bem, por um tempo vivi bem, até que chegou um momento, em que criei coragem para segurar por mais tempo a fechadura daquela porta, e de vez, perder o medo e transformar os calafrios do corpo em calor.

Minha curiosidade num instante se esvaiu do peito e minha boca não conseguiu segurar a voz, foi quando olhou-me nos olhos e mais uma vez com sua sabedoria repousou-me de imediato silencio.

Para minha surpresa dirigiu-me como filho, nisso passei a pensar por que me chamou de filho, hora não me conhecia por que derrepente me dirige assim, em fim, deixei-o prosseguir.

Filho tudo que direi lhe de agora em diante vais questionar, gostaria que apenas..., ouça-me!

Antes de começar a falar, ele, me tratava como filho enchia-me de luz com seus olhos, seu modo calmo e fulgente acalentava meu coração, confesso, me desprovi de tudo, de tudo mesmo.

Filho! Todo homem, tens no fundo de sua alma, imensas portas para serem abertas, o modo como ira abri-las, depende da coragem de cada homem e das suas escolhas. O homem foi feito a semelhança do Pai e toda a sua sabedoria esta dentro do seu coração.

Um questionamento veio-me de dentro da alma, antes me chamou de filho, agora diz que o homem foi feito semelhança do Pai. Eu já estava ficando confuso que nem sabia onde encontrava-me, a quem ele se referia como Pai.

Sua voz serena acalmava meus pensamentos. Ao olhar para ele percebia que algo diferente começava acontecer, uma espécie de brilho, luz, fumaça ou sei lá o que, se fazia envolto a ele. Certa dose de coragem prosseguia em mim e calado me austentava.

Meu filho! E meu Irmão! Esta na hora de você criar coragem e abrir sua porta.

Espere ai..., foi você que disse que tinha medo de abrir a porta e não eu, e agora me chama de irmão! Já chamou- me de filho! Referiu se ao homem com semelhança do Pai! Confesso pela primeira vez estava diante um jovem homem muito sábio, curioso e estranho ao mesmo tempo. Claro que essas minhas palavras foram ditas em pensamentos, só que dava a impressão que ele sabia o que eu pensava.

Prosseguiu, ele...

Não temas em fazer suas escolhas, pois, elas te engrandecerão e te transformaram em outro homem, confie em nosso Pai, faça somente coisas boas, liberta seu coração das amarras que obstruem seus caminhos, fala a ti mesmo sempre que puder, tu és testemunhas das suas ações, tudo que fizeres estarás sendo julgado por você mesmo, comece a olhar para dentro de ti, ao invés de julgar os outros, antes, porém, julgue-se primeiro, coloque-se frente a frente aos seus olhos, e olhe-os profundamente e veras quem és.

Minha nossa! De onde ele tirara tamanho conhecimento e como pode falar com tal sabedoria, começava entrelaçar as palavras buscando uma forma de assimilar o que a mim estava sendo exposto.

Ainda és jovem como eu, você é muito especial para todos a sua volta, procuras atentar-te para as pessoas como a ti mesmo, vê a necessidade das pessoas através das tuas, porque és igual a teu irmão o que lhes falta, faltaras a teu próximo, o que não quer para ti, por que desejas ao teu semelhante, digo te isto pois és referência de mim.

Por mais que tentava compreender suas palavras, me prendia a saber que conversa era aquela, primeiro começou a dizer dele, depois, ele se fez parecer que era eu, ai eu é quem tinha medo de abrir a porta, olha se tinha ágüem perdido na conversa este era eu.

Ao perceber que me confundia neste ato, comecei a perguntar quem ele era, e para minha surpresa algo veio acontecer.

Aquele jovem homem olha-me firmemente e devagar se levanta, estende-me as mãos, para minha surpresa e alegria havia algo de diferente nelas, apresentavam sinais que não se vê em ninguém, num instante minha voz emudece, sem pensar, ponho me de joelhos diante de dele, curvo me até seus pés que também estão feridos, meus olhos se enchem de lágrimas, e elas caem sobre seus pés descalços, quando sinto suas mãos tocarem meus ombros, ouço sua voz soando ao meus ouvidos.

Meu filho! Meu irmão! Levante-se e venhas a mim!

Não posso! Não mereço! Sou pequeno demais diante de ti! Senhor!

Homem! Filho do meu Pai! Tu és feito a imagem e semelhança do Pai! Nosso Pai. Diante de ti estou para juntos abrirmos a sua porta.

Encontro forças, e com o apoio de suas mãos sobre meus ombros, levanto me. Ante dele meus olhos se fecham, recuso me a abri-los, por medo, por causa dos meus pecados, sinto me envergonhado, só então começo a entender tudo o que acontecera antes, mais uma vez sua voz soa fulgente diante de mim.

Abra ti teus olhos! Homem!

Num tremendo esforço consigo abri-los, uma grande surpresa acontece, ali, diante de mim, apenas uma pequena porta fechada, sem fechadura, como farei para abrir? A resposta sempre esteve em seu coração, é o que ouço vindo não sei de onde.

A compreensão que tive, foi de que por trás daquela porta, ele estaria, restava me bater à porta, pois não tinha fechadura e ele lá esperando por mim, tudo que precisava fazer, era bater à porta para que ele a abrisse, eu estava certo que lá o encontraria.

O medo que antes me afligia se transformara em coragem, antes, porém, de toca-lá, bastou apenas o calor de minhas mãos e a porta se abriu. O frio que outrora assustava-me, se transformou em energia. Foi assim que encontrei “JESUS”.

O autor,

Gilmar Antonio de Oliveira

Gilmar Antonio
Enviado por Gilmar Antonio em 02/11/2010
Código do texto: T2592650