Do meu quarto.

Tudo um silencio tão gráve, nada se movimenta, nem mesmo os transeuntes, o céu trasmitindo uma tonalidade encizentada derrama as lágrimas que não ouso , sinto uma água gélida que me leva pra o mesmo quarto quente, com paredes amareladas, cor de papel envelhecido que remete a memórias “postumas”.

No recanto da parede, livros que guardam meus momentos de ilusões, e talvez desilusões nas suas páginas rabiscadas e marcadas de poesias e histórias. Uma cama vazia, onde tudo que sustenta são algumas roupas jogadas, um travesseiro solitário, um lençol amarrotado e um corpo inerte, inundado de pensamentos que são embalados ao som de belas canções, as queis não sei se confortam ou desesperam. Bem ao lado um vinho Cabernet Sauvignon, presente de um amigo, aguarda um momento que provavelmente não virá, acredito eu, com meu imenso pessimismo, que foi apenas o que restou, além da minha insanidade.

Acredito que irei encontra-lo, o vinho, mais apurado quando esse tal momento tão esperado não chegar, e enfim eu degusta-lo-ei na companhia dos meus livros, músicas e poesias, talvez, tentando adoçar minha amargura com as uvas que tantos pisaram, concluo que é o que convém, já que tudo encontra-se no chão, assim como eu e meus sonhos que não sonho mais.

- Minhas ilusões foram assassinadas!

Vanessa Missena (psicopoetisaa)
Enviado por Vanessa Missena (psicopoetisaa) em 24/12/2010
Reeditado em 14/09/2018
Código do texto: T2689960
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.