Catarse,
Trancado no quarto, a luz apagada.
E a dor do adeus nunca antes dado me consome.
Uma lágrima agora.
Autoflagelo.
Idolatro o inalcançável, e a constatação do mau, do erro, do medo, me mostra o quão humano estou, cada vez mais perto de mim, e me perco.
O silêncio das palavras tortas inunda o ambiente. E elas, tais palavras, caminham para longe de mim agora. Aos poucos também eu me afasto de todos.
O adeus...
Sentado num canto escuro, o calor do climatizador, e um desejo incomum de ser compreendido, pelo menos visto, notado. Um grito mudo de socorro, uma tentativa frustrada, na busca constante por um escape, mas escape melhor seria teus braços quentes e seguros, a distância firme e sã do abismo que agora me consome.
A distância cada vez menor, o buraco cada vez mais profundo.
O medo,
O meu medo.
O barulho de água no telhado, a chuva. Admiro e relógio de parede intocável em seu ritmo perfeito metodologicamente planejado.
Tenho medo das formas fixas, exatas.
A inconstância das formas caleidoscópicas me fascinam, me acalmam, me conduzem a mim, e cada vez mais perto de mim, percebo que não estou tão só quanto supunha, e nesta certeza consigo ao menos descansar, fecho os olhos pra um dia que com o nascer seguro do sol, inevitavelmente virá logo pela manha.
O adeus.