A ex-mulher de minha vida

Marcelo era apaixonado por Giovana. Eles se conheceram numa festa de final de ano na empresa. Os dois eram estagiários na época. Ele estava parado no bar junto do Bernardo, um sujeito baixinho e conversador. Os dois bebiam uísque, quando ela do outro lado do salão começou a olhá-lo. Ele não teve dúvida aquela morena tinha que ser sua. Apaixonou-se a primeira vista. Enquanto caminhava já ia estruturando um discurso para convencê-la a dançar. Pensou mas nada lhe veio à cabeça, certamente teria que improvisar, e improvisou:

- Vamos dançar?

Ele convidou, e ela apenas alcançou a mão. Os dois dançaram mais ou menos umas dez musicas, e acabaram a noite no apartamento dela se engalfinhando em cima de um sofá. Fizeram amor, selvagem é verdade, mas amor, aquilo não era sexo apenas, não era apenas o prazer do gozo, aquilo era carinho, emoção e amor.

Engataram um namoro. Os dois não podiam se ver, era sexo, amor, paixão como Marcelo jamais havia vivido. Não demorou muito estavam morando juntos.

Giovana era carinhosa, cuidava das coisas de Marcelo, tratava ele bem. Faziam planos juntos. Viveriam a vida inteira um ao lado do outro.

Eram o casal mais feliz e apaixonado do mundo. Mas um dia tudo começou a mudar. Marcelo foi efetivado. Saiu do setor que ele estava e foi para o mesmo de Giovana. Ganhou uma mesa em um canto da sala. O chefe anunciou a integração de Marcelo a equipe de Marketing, mesmo ele sendo um jornalista. Marcelo não pode deixar de notar que Giovana não estava na sala na hora de sua apresentação.

Depois que o chefe saiu ele andou lentamente até o banheiro e ligou pro celular dela. Ninguém atendeu. Tentou mais algumas vezes até que desistiu. Voltou para sua mesa e ficou sentado meio que olhando pro nada.

Umas duas horas depois Giovana entrou, estava acompanhada de Ramon. Ramon era o gerente geral da empresa, o filho mimado do dono daquele império. Ele era um homem alto, muito bem fisicamente, diziam as más línguas já tinha traçado mais da metade das funcionárias da empresa.

Marcelo não era de ter ciúmes com muita facilidade, mas naquele momento ele sentiu uma pontinha de ciúme. Ficou no mesmo lugar como se não tivesse visto os dois, e o mais incrível ela nem veio até a sua mesa lhe dar os parabéns, foi direto para a sala de Ramon. Marcelo apenas observava.

Depois ela andou e falou algo para uma colega que riu, Marcelo estava entendendo aquele riso só podia ser de detalhes picantes. Mais de meia hora depois ele a encontrou no cafezinho, havia chegado a hora do acerto de contas:

- Oi amor onde você estava?

- Preciso falar com você!

Aquelas palavras cortaram o coração de Marcelo. Ele sabia o que viria depois.

- A gente esta se dando bem juntos, mas não podemos mais continuar, eu estou apaixonada por outra pessoa!

- Como assim, eu amo você.

- Eu sei! Me desculpa não da mais. Hoje eu vou para casa da minha mãe e amanhã mando pegar as minhas coisas.

Ela ainda caminhou até perto dele e beijou-o, sentiu o gosto do ultimo beijo nos lábios de Giovana. Ela saiu foi-se embora e ele ficou ali , sem reação, sem saber o que falar ou o que fazer. A única certeza que ele tinha é que ele amava Giovana e não podia perde-la.

Seu ego falou mais alto que tudo e sua primeira reação foi pedir demissão, não poderia continuar na empresa do homem que todas as noites se deliciaria nas carnes macias de seu grande amor.

Os dias que seguiram foram sofriveis para Marcelo. Ele não tinha mais vontade de fazer nada, e cada dia que voltava para casa lembrava de Giovana e tinha vontade de chorar. Ele foi atrás dela varias vezes. Ela quando não se escodeu foi direta e sucinta:

- Se comporte como homem, não corra mais atrás de mim!

- Mas eu te amo!

- Mas eu não te amo!

Ele demorou, mas se convenceu que ela não o amava mesmo. Decidiu tocar a vida, correu atrás de outro emprego. Não demorou muito comçeou a trabalhar no "Jornal da Cidade". Em pouco tempo estava recebendo prêmios por suas matérias e estava sólido na profissão.

Um dia foi convidado pelos amigos a ir num bar tomar uma cerveja. Fazia dois anos desde que tinha perdido Giovana, nunca mais tinha corrido atrás, nunca mais tinha visto ela, decidiu que estava na hora de se divertir.

O bar não era diferente de todos os bares de todos os lugares do mundo. Bebados no balcão, casais nas mesas, e amigos sempre no fundo tomando chope.

Depois da terceira rodada eis que uma garçonete se aproximou com mais uma rodada. Não podia ser, mas era. Era Giovana, ainda linda como sempre foi, morena, alta, mulher de presença. Por dois segundos passou um filme na cabeça de Marcelo, mas logo ele voltou para os amigos, e continuou o papo sobre futebol. Afinal aquela mulher um dia ja foi a mulher da sua vida, e hoje não é mais.

Jonas Martins
Enviado por Jonas Martins em 21/04/2011
Reeditado em 23/04/2011
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