Crua

As minhas mãos correram mais que as suas. Sendo assim, eu pegava o controle remoto antes e escolhia sempre um seriado de capítulo repetido, fazendo questão de prever e dublar as falas, rir como se eu nunca tivesse visto. Eu fazia pra te provocar, sabendo que eu tinha coisa melhor pra fazer. e que há tempos você tinha se planejado pra ver aqueles documentários com finais óbvios: dormir no sofá.

Eu também me aprontava cedo, pegava as chaves e esperava no carro. E já selecionando a trilha sonora da viagem, respondia que eu já tinha pego tudo e que só faltava você vir.

Coloquei minhas mãos nas suas antes de nascer sua intenção, coloquei também em seu rosto pra te ajudar a carregar tantos problemas na cabeça, coloquei na cama sinalizando que o espaço ao lado do meu era seu, coloquei a mão pra adiantar o prazer.

[...]

Suas mãos ansiavam as minhas, que eram as suas mãos. Juntas formando um par de duas direitas que se encaixavam, dividindo luvas e bolsos em casacos. Minhas mãos mais rápidas te consolando e jurando fidelidade, exibindo uma algema discreta no anelar.