Súplicas Ao Mar

Confesso que me surpreendi ao ver aquela mulher tão linda, mas ao mesmo tempo, tão triste e amargurada.

Estava sentada na areia da praia espalhando sua angústia por todos que ali passavam.

O vento batia em sua face e desalinhava seus cabelos lisos e compridos. Com o olhar que parecia misturar-se às águas profundas do mar, sua tristeza transparecia em seu semblante.

Seu coração sempre apertado, sua alma aflita e apreensiva, sentia-se completamente só, sem vida e a desesperança tomava conta de seu ser.

Parecia que sempre esperava alguma resposta para suas perguntas, mas a resposta nunca surgia.

As marcas do tempo estavam estampadas em sua face, em cada ruga um pedaço de vida perdido no tempo, tempo que para ela tornara-se uma eternidade.

Sua vida tornou-se uma espera... uma infinita espera!

Transformara essa rotina em uma espécie de ritual, um ritual ao desconhecido, ao mágico e misterioso mar.

Até mesmo o sol, por vezes, escondia-se diante à tamanha tristeza.

Olhava sempre para o horizonte, e ali, com suas mãos apertadas uma na outra, fazia suas preces, suas súplicas e seus pedidos aos deuses do mar.

Pedia-lhes que trouxessem de volta o que eles há muito tempo haviam levado. A razão de sua vida... O homem a quem amou e entregou toda sua alma!

Lúcia Polonio
Enviado por Lúcia Polonio em 27/08/2011
Reeditado em 04/12/2012
Código do texto: T3186065
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