Cartas Ao Mar

Conheci uma pessoa, dessas que quando encontramos, jamais nos esquecemos.

Se trata de Jair, um homem de poucas palavras, mas que nos diz muito com seu misterioso olhar.

Traz na alma muitas tristezas, porém a mais dolorida foi a perda inesperada de sua esposa, sua eterna e verdadeira paixão.

Há trinta anos atrás, Vilma como fazia todas as manhãs, saiu para seu banho de mar. Despediu-se de Jair, como de costume e caminhou até à praia próxima à sua casa. Porém, jamais retornou de seu passeio.

"O mar a levou", assim diz Jair até hoje.

A vida de Jair tornou-se uma tristeza, pois a amava de toda sua alma.

Todos os meses desde o acontecimento trágico, ele escreve uma carta para sua amada e a coloca dentro de uma garrafa. Então, a joga no mar, exatamente onde ela se afogara. Sempre na mesma data.

Jair acredita que a alma de Vilma esteja ainda no fundo do mar, e que ela aceita com amor todas as cartas enviadas.

E assim, ele vai tentando superar sua tristeza e a falta que seu amor lhe faz.

E diz que espera ansioso pelo dia de poder reencontrá-la.

Lúcia Polonio
Enviado por Lúcia Polonio em 28/08/2011
Reeditado em 21/09/2011
Código do texto: T3187423
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