ETERNAMENTE TUA

Subitamente apoderou-se a lembrança dos bons momentos. Tocou-me forte a saudade.

Faltava-me um passo para chegar à coragem. Até que a agarrei. Desafio superado. Peguei no telemóvel. Tinha apagado o teu número e todas as bugigangas que me tinhas oferecido. Pensando eu, estupidamente, que superava assim o sentimento que em mim habitava. Obviamente, as recordações ninguém apaga.

O teu número continuava gravado, não no meu telemóvel, mas na minha cabeça.

Resisti até conseguir. Enquanto fui forte aguentei, ou pelo menos tentei. Mas a minha força interior, se é que alguma vez a tive, desabou. Essa força perdera-a o guerreiro na luta.

Eis que num sopro podia ser tarde e porquê acabar assim? Sem uma palavra, um afecto, que tão bem sabe, ainda mais à violenta distância que nos separa e tanto dói.

Ora, o meu orgulho caiu por terra como barco sem fôlego para remar.

E se me rendi a ti foi pouco. Estiquei a corda que me prendia os movimentos e trouxe-te até mim. E de tão longe, tão perto que estavas ao fogo da atracção do meu desejo.

Gelava a minha pele ao contacto das teclas enquanto marcava o teu número.

O meu corpo deslocou-se para a tua atmosfera. Deu sinal de chamada, tocou, tocou…

A espera não me matava pois tinha a certeza que ias atender. Desejavas tão ou mais que eu aquele telefonema. Mas reparto esse desejo pelos dois, como sempre reparti os lençóis.

E por longos instantes, a distância que nos afastava foi nula. O encontro do sussurro da tua voz ao meu ouvido ao compasso da palavra amor era tudo o que queria sentir vindo da tua boca, que me invadiu o mais íntimo pedaço do coração que só a ti pertence. Se me aceleraste o batimento cardíaco e desligaste de imediato foi o menos significante.

E se me calo é porque te amo e te respeito.

Espero que exista força maior para te trazer de volta do que o motivo que te levou para longe do nosso conforto.

Escusado será dizer que estou a sofrer, mas o mais importante é o teu bem-estar.

Saber que permaneces aí desse lado, quem sabe a ler aquilo que escrevo, deixa-me os olhos lavados a querer desabrochar as mais puras e sábias ondas do teu mar solto ao calor da tempestade.

Mesmo que o destino nos cegue a razão e a chuva nos ouse apedrejar, lembra-te que num rasgo de sol contemplarei sempre o nosso amor em céu aberto.

Amar-te é apenas uma palavra que em mim começa e em ti acaba.

Se é que alguma vez lhe poderei chamar fim.

Termino como sempre serei:

ETERNAMENTE, TUA.

26.10.11

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Jessica Neves
Enviado por Jessica Neves em 24/11/2011
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