Amor+perdão=Reconciliação

1° parte: Amor+imaginação=ilusão

2° parte: Amor+reconciliação=perdão

Eu sou uma completa idiota. Como pude dar um fora nele, nele, o cara mais legal que conheci na vida. E por telefone, ainda. Mas o pior não foi isso. Eu contei uma mentira. Sou mesma horrível.

Quando ele telefonou, eu senti meu coração pular de felicidade (coisa que não admiti na hora). E quando ele falou que me amava, achei que ia explodir. Porém fiquei confusa, insegura. Na hora, pensei: como alguém se apaixona em tão pouco tempo? Por isso, falei uma besteira da qual me arrependo amargamente: disse que tinha um namorado.

Claro que eu não tenho nenhum namorado. E não sei por que menti. Foi uma combustão de sentimentos. Agora, admito que foi medo. Medo de amar. Pois sinto que, desde que eu o conheci, o amo. Mas agora é tarde demais. Já estraçalhei o coração dele. Certamente me odeia.

A certeza de que ele me odiava, porém, não foi suficiente para me manter afastada. Eu precisava vê-lo, saber como estava, me desculpar. Não para tentar tê-lo de volta (levando em conta que nunca o tive), não quero magoá-lo novamente, e claro, ele não iria me aceitar.

Eu não sabia o endereço dele e tentei ligar, mas me lembrei que seu celular estava quebrado. O número pelo qual ele me ligou era de um orelhão.

Decidi ir pelo ponto de partida: A agência bancária. Não sabia se ele voltaria lá. Mas tive esperanças. Fiquei no banco, vigiando. Já estava quase fechando, e ele não apareceu. Então, fui embora.

Voltei no dia seguinte, de manhã. E o vi. Meu coração pulou. Ele estava lindo! Senti vontade de chorar. Ele conversava com uma mulher, loura. Deduzi que estava em outra, e o meu peito pesou. Eu tinha que dar o fora dali, sem ele me ver. Para o meu azar, seu olhar pousou em mim. Tomei coragem e decidi que, mesmo que aquela mulher fosse sua namorada, eu ainda falaria com ele.

Andei em sua direção, e ele pareceu surpreso, o que era lógico. Ficamos frente a frente, então sorri e dei oi. Uma sombra passou em seu semblante, mas desapareceu rapidamente e ele também disse oi. A mulher olhou para mim, como se me conhecesse, e me cumprimentou, se apresentando como irmã dele. Fiquei aliviada.

Me dirigi a ele, com toda calma possível:

– Podemos conversar?

– Agora? – ele falou, confuso.

Assenti, e ele assentiu, se despedindo da irmã.

Fomos para uma lanchonete, onde nos encontrávamos antes, em frente ao banco. Sentamos na mesa e ele pediu dois cafés, indagando depois o motivo da conversa.

– Bem, eu quero pedir desculpas a você. Não deveria ter te magoado tanto. E também me confessar. Eu menti quando disse que tinha outro cara. Foi uma invenção que criei.

– Por que mentiu?

Então tudo desandou. Perdi o controle sobre minha boca, pois ela começou a cuspir as palavras:

– Porque eu te amo, ok? Desde o começo. E só menti pra você porque senti um medo imbecil. E minhas desculpas são sinceras, acredite. Sei que você me odeia, então vou embora.

Me levante e saí, rapidamente, deixando-o lá, aturdido. Uma lágrima caiu, e certamente outras viriam, se ele não tivesse me alcançado. Ele a secou, olhou nos meus olhos e falou:

– Desde que eu a conheci, senti que você era especial. E quando liguei pra você, e você me dispensou, te odiei. Na verdade, pensei que nunca tinha existido nenhum amor, que não era real. Mas lhe vendo agora, percebo que me enganei; não foi imaginação minha. Este amor está aqui, ele existe. É claro que te perdoo.

Eu fiquei emocionada, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, ele me beijou. O melhor beijo da minha vida.

– Sabe – ele sussurrou –, eu passei a semana toda visitando o banco. Acreditei que, se recomeçasse do zero, encontraria alguém melhor que você. Mas claro que não encontrei. Você é única.

– Têm muitos lugares para se achar mulher. Você só pensou num banco? – debochei, rindo.

Ele riu também:

– Eu pensei: se eu encontrei o amor aqui, por que não pode acontecer de novo? Uma agência bancária pode se transformar numa boa agência de namoro.

Ainda ríamos quando nossos lábios se encontraram, novamente.

Elaine Rocha
Enviado por Elaine Rocha em 04/12/2011
Reeditado em 30/06/2012
Código do texto: T3371726
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