Felicidade

No crepúsculo de Rouen foi encontrada a felicidade. Não há amor em Rouen, apenas a felicidade. Outro dia visualizei o crepúsculo e não havia outra forma se não puni-lo diante da cor púrpura que insistia em me oferecer. Outro dia, também, comentei sobre o desprazer de perder o tempo. De perder o tempo sobre todas as coisas que nunca me foram necessárias, mas que por direito de um sonho me foram tomadas como outras mais que foram retiradas de dentro de mim. Sobre correr, também me foi tirado esse direito. No auge da minha adolescência me foi retirado o direito de prestar o curso dos meus sonhos. Foi retirado de mim toda a credibilidade de acreditar no existencialismo a partir de tudo o que eu acreditava. Houve uma morte, apenas uma, ou duas, ou tudo dentro de mim,

... A felicidade.

O ponto facultativo

- O que houve?

Acredito que o ser pode ser ferido sobre ele mesmo, sobre suas escolhas, ou até mesmo pela falta delas. Hoje encontrei um amigo, fora de mim encontrei um amigo. Nele também, encontrei um inimigo. Fora de mim. Sobre o que tem acontecido. Delga Reis. Fortemente armada contra mim. Fora de todas as expectativas em que mesmo a terra sucumbiria. Já houve se quer uma aptidão em me confortar em seus braços. Hoje, me conforto em todos os enredos. Programamos todas as pausas, desde ali até aqui. Não vemos se quer outra forma de nos acariciarmos. Hoje encontrei uma resposta para essa faculdade, onde nos é ensinado aprender sobre a decepção, a partir dali encontrei uma alegria vazia. A propósito, não busco a pena, não posso dançar com o peso da pena em meus ombros. Tudo o que há entre nós eu canto todas as noites em pleno sumo de seu quarto, aguardando um dia que você tome de mim a alegria. Entre todos os lençóis, não houve se quer uma faculdade como esta sua de aprender a amar.

Querida, hoje encontrei um amigo. Fora de todas as expectativas, encontrei nele a integridade. Não posso dizer o que houve, já que, aliás... Se quer tomei o meu lugar. Não há mais cinco anos que eu o tome. Tomo como a esperança de agora te tendo posso te esquecer. Ou, ao menos aprender a viver sozinho. Esse meu amigo. Aquele que tanto me ensina, me disse que de outro amor não há uma cura para o anterior. Posso maquiar essa resposta, posso maquinar essa resposta, porque posteriormente encontro-me no auge da juventude. Fora de todos os problemas que nossas famílias nos causaram. Hoje no trem, pela primeira vez não omiti um sorriso. Longe de tudo mais, não há mais o que dizer, talvez não haja mais respostas para o que houve.

29 de fevereiro.

Delga Reis apresentou-se com quarenta minutos de atraso na reitoria. Não há mais nada do que se possa fazer, lhe foi dito. Fora isso apenas pode rezar. No próximo semestre não haverá mais filosofia. Há algo encontrado fora de sua súbita realidade. Viajar entre montanhas, carvoarias, montanhas. Fora isso nada mais pode ser feito. Não há nada mais pelo que sentir. Fora isso a vontade passa. Nem se quer há sobre o que falar. Penalizasse sobre a tristeza dos outros. Conhece Édouard Morais em plena agonia. Não há mais como se penalizar. A sua tristeza torna parte dela. E parte dela tornasse sua tristeza. Ambos souberam sempre que mesmo que todas as suas barreiras se tornassem trilhas, a vontade de ficar nunca tomaria voz. Poderia ela espernear, gritar, como muitas outras fizeram. Mas nesse semestre não há mais Filosofia, nem no próximo. E sabe-se lá o quanto a sua reza lhe a oferecia. Estaria longe, quase distante do que seu coração poderia guardar. Fora isso, não há mais pelo que chorar.

Yuri Santos
Enviado por Yuri Santos em 06/03/2012
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