O VULCÃO


Ela o amara tanto. Bem mais do que ele a ela.
Os desencontros foram muitos, até que um foi para sempre.
Os anos passaram e, as águas rolaram, as pedras permaneceram em seus lugares, as estações se alternaram.
Tudo seguiu o ciclo da passagem do tempo.

Foi preciso muitos anos, para que ela entendesse, que nessa vida não era pra ser.
Ele, vindo de um lar complicado, de muitas brigas e traições, necessitava de paz, segurança de uma família bem estruturada, de uma companheira calma, silenciosa, serena.
Tudo que ela não era e, portanto não tinha para oferecer a ele.
Ela, vinha como ele, de um lar turbulento e, ainda possuía um temperamento vibrante, que em nada lembrava a serenidade da outra escolhida por ele.
Ela, e ele no fundo muito se assemelhavam, eram dois vulcões, em permanente erupção.

Mas, custou muito, para que ela, compreendesse o rumo sábio que o roteiro da vida tinha para ambos.
Na bússola que guiava o seu amado, a agulha não assinalava na direção dela.
Quando ele se aproximava dela, o marcador da bússola da vida, ficava enlouquecido, mostrando que a rota estava errada.
Até o dia, em que ele sintonizou o aparelho na direção certa, ai o sinalizador apontou para a companheira ideal de sua vida.
Lá estava a outra. Doce, meiga, descomplicada, alicerçada na segurança de uma bela família.
Ah, desse dia em diante ele, jogou fora a bússola, não precisava mais dela.
Havia encontrado a sua ilha de paz.

A ela, restou assistir a esse encontro de bem perto e, perceber desde o início, que o havia perdido para sempre.
Não tinha nada daquilo para oferecer a ele. Ao contrário precisava muito encontrar uma ilha de paz, para ela também.

Mas, o coração dela, desejava tanto ficar no centro daquele intenso vulcão, que era o coração dele.



(Foto da autora)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 15/03/2012
Reeditado em 07/04/2012
Código do texto: T3555419