Plantando sonhos e colhendo realidades!

Não via a hora do pouso.

Quando desembarquei , o identifiquei pelas características que

me descreveu.Bem mais bonito pessoalmente.Eu sorri ,não conseguia esconder o nervoso, ele acenou vindo em minha direção.

Olá , menina sorriso!Foi bem de viagem?

Antes de responder ele pegou minhas bolsas e foi á frente.

Pude vislumbrar seu corpo , alto, cabelos grisalhos ,físico forte.

As caixas de livros para a exposição já havia sido despachadas.

Ele abriu a porta do carro , entrei e coloquei o cinto.

Ele entrou colocou o cinto, olhou-me intensamente como se estivesse

consumindo meus pensamentos.

Sorrindo disse que eu era uma índia bonita , quase saí correndo dali , ainda bem que eu estava presa pelo cinto.Ele ligou o carro e não demorou muito ,já estávamos chegando.Antes dele abrir a porta eu já tinha saído do carro , senti vontade de mergulhar naquele lugar lindo .

Minha ansiedade passou , senti muita paz.O telefone dele tocou, ele se afastou para atender.Da grande varanda vi que vinha uma mulher em minha direção , pelo jeitinho era sua irmã.

Ela se apresentou , deu -me boas vindas .Mostrou-me o quarto onde eu ficaria .Disse que sua mãe estava ansiosa por me conhecer , e que depois do almoço ela queria me ver .Resolvi tomar um banho , vesti um vestido leve por estar calor .

Prendi meus cabelos , saí para a varanda onde vi uma linda menina brincando.Eu me aproximei e logo veio falante.Você é amiga do meu tio

que escreve poesias?

Que escreveu um livro e veio expor? E vi como era esperta , sentei na cadeira de balanço ao lado dela e começamos conversar.

Seu nome era Júlia , muito linda.

Saímos para ver o jardim até o horário do almoço , andamos muito , Julia sempre falante , me interrogando . De repente começou a ventar

e o tempo mudou, parecia que estava á noite , Júlia disse para corrermos .Na varanda estava João e sua irmã Joana , nos esperando .

A chuva não demorou a desabar , eu também .Pedi João para irmos logo para a cidade , mas ele me olhou com tanta ternura e dizendo que a estrada não permitiria sair dali.

Estava em seus braços em um choro sentido .

Almoçamos e depois liguei para central da exposição informando o ocorrido .Lá estava tudo certo ,marcariam uma data para que eu pudesse autografar os livros vendidos .

Sentei-me na sala onde todos conversavam animadamente , Joana veio me chamar, dizendo que sua mãe queria me ver.

Olhei para João ele me acompanhou até a porta do quarto dela , disse-me que eu gostaria dela .

O quarto estava iluminado e havia flores na cabeceira da cama.Ela pediu que eu aproximasse , me chamando de índia.

Eu sorri , ela disse :seu sorriso é encantador como me disseram.

Ela pediu para ler algumas páginas do livro , algumas vezes eu a vi chorando .

Conversamos muito,ela falou da magia da vida revelando coisas que não posso relatar aqui.Só percebi que anoiteceu quando olhei pela janela . Ela estava quase adormecendo, beijei suas mãos e saí do quarto.

João estava lá me esperando, eu o abracei .

Ele pegou uma manta e fomos para a sala , já tinha uma bandeja com chá e biscoitos.Conversamos e rimos , ele estava radiante.

Foi o momento que nos conhecemos melhor , de corpo e alma.

Ele sabia que eu iria embora no outro dia .

Aproveitamos cada segundo .Fui convidada por João para uma estadia em sua casa por uma tarde, para que pudesse participar

da exposição de livros da sua cidade.Fiquei lá por dois dias, e da sua vida nunca mais saí .Tempo depois casamos , fui morar com ele na chácara .

A magia que envolvia aquele lugar permanece como uma tradição.

Até hoje João me pergunta sobre o que eu e sua mãe conversamos.

Eu sempre digo que nossas almas revelaram magias que se eternizaram

e eu seria sempre o elo do encanto que reina neste lugar.

Sempre sorrindo ,eu a menina e você um colhedor de meus sonhos!

Shirley Nazareth
Enviado por Shirley Nazareth em 30/04/2012
Código do texto: T3642168
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