A FARSA

Capítulo 1:

O desenrolar do segundo ato!!!

- Como está Matt? – perguntou Georgina conferindo ao mesmo tempo uma incrível soma de papéis que em vão tentava equilibrar em suas pequenas e delicadas mãos de escritora/arqueóloga.

- Começou o seu treinamento logo pela manhã... Senhora Georgina... – disse Julius, o assistente mais confiável de Georgina.

- Chuck?

- Ainda em estado de coma induzido! – respondeu Julius sofregamente, percebendo que sua caneta havia se soltado do bolso da calça e agora estava perambulando sem direção no assoalho do primeiro andar do grande prédio.

- E como estão as coisas com Fred?

- Parece que ele está reagindo bem às medidas protocolares do Doutor Steve. Não dou sequer dois dias para ele acordar... – disse Julius tentando animar sua superior.

- Que eu saiba não o pago para achar ou não achar alguma coisa... – disse a doutora em arqueologia rispidamente.

- Perdão, senhora...

- Está bem, deixe isso para lá... Já estou perdendo as esperanças com estes rapazes, estamos tentando o tratamento há bastante tempo e nada... A pesquisa de minha vida está indo tudo por água a baixo! Diga-me o que tenho que fazer Julius!

- Não sei senhora. Sinceramente não sei.

Julius sempre foi o mais esforçado e responsável de todos os pupilos que Georgina teve. Sua tutora o incentivou na escolha de sua profissão.

Ele mantinha um amor platônico por ela. Já tinha recebido diversas propostas de emprego em lugares muito mais conhecidos e renomados, mas preferiu ficar no encalço de sua amada.

Julius foi um dos únicos a concordar com toda aquela loucura. Usar tecnologia super avançada combinada com os poderes elementares para criar um exército particular de arqueologia. Isso era irreal demais. Nuca daria certo. O jovem recém formado nunca tinha desconfiado da incapacidade da doutora, mas isso chegava a ser monstruoso. Até hoje ele não sabia de que maneira ela tinha desenvolvido tais mecanismos.

- Julius, encontre-me mais tarde. Precisamos nos certificar que está tudo dando certo no andar de projetos primários. – disse Georgina Guerdions dando fim à reunião com seu assistente.

- Sim Georgina... – respondeu Julius pensativo enquanto ajeitava seu bloco de anotações.

A cobertura do edifício de vinte andares de frente para o mar era incrível. Ainda mais quando se tratava de uma área especial para jovens superdotados, como Matt.

O guardião da Terra achava muito estranho o fato de não se lembrar muito bem dos acontecimentos referentes aos dois anos em que seus companheiros passaram em coma induzido, embora ele mesmo tenha ficado na mesma situação durante algum tempo.

Bem, isso não parecia importar muito para um jovem forte e disposto como Matt.

O treinamento estava ótimo, cada dia que se passava o garoto se sentia mais forte e capacitado para sua primeira missão. Georgina o garantira que a missão seria um sucesso se ele usasse todos os truques que aprendeu com o instituto. Matt estava confiante. Nunca tinha se sentido tão radiante.

Mas uma coisa o perturbava: sua avó. Já fazia tempos desde a ultima visita realizada a esta. Sua avó parecia ter envelhecido vinte anos em dois. Era evidente que sua saúde já não era mais como antes. E isso o perturbava. Apesar de nos últimos tempos sua relação com a avó não ter sido nada agradável, ela era sua única família.

- Vamos logo com isso rapaz! – disse Jorge, o instrutor de movimentos de Matt.

- Ok... – disse Matt confirmando com um movimento afirmativo.

O que Jorge não sabia era que a mente de seu aluno estava longe, muito longe mesmo dali.

O menino pobre que ingressou nos Guardiões não entendia direito seus pensamentos. Não havia nenhum resquício de clareza e objetividade. Toda vez que tentava se lembrar de algo importante, um filme começava a rodar em sua cabeça, trazendo Georgina como protagonista.

- Você foi escolhido dentre muitos outros para proteger o elemento da Terra, com as habilidades adquiridas deste poder você será capaz de proteger a humanidade de si mesma. Você tem duas escolhas. Dois caminhos. Duas alternativas. Ser um herói ou ser mais um dos muitos vilões que já existem por aí... – essa era a única coisa que Matt conseguiu se lembrar naquele momento.

Gabriel de Paiva Fonseca
Enviado por Gabriel de Paiva Fonseca em 05/05/2012
Código do texto: T3651987
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