Vinho Tinto

A primeira taça de vinho da noite acabara de ser servida. Ambos estavam felizes. O sorriso dela o deixava cada vez mais feliz, e o olhar dele deixava-a incrédula que existisse tristeza. Conversaram como não conversavam há alguns anos, mataram a saudade. Aquele re-encontro inesperado, e agora tudo estava diferente. Os dois ainda solteiros, bobos com a crendice no amor, e talvez por ter tanto critérios continuavam sem um amor. Carolina sentiu o que sentia por Gustavo ainda era real. Suaram. Estremeceram. Aquilo mais uma vez deveria ser obra do destino. Seus roteiros de vida teimavam em mantê-los juntos.

Carolina estava com 24 anos, e Gustavo, 28. Nem parecia que havia 7 anos que se conheciam, que começaram a conversar. Ele já era um advogado bem sucedido, e ela uma engenheira química. Quem diria que se reencontrariam. Ela mineira, que havia ido estudar em BH e ele um carioca que viera pra Minas quando criança e só havia se mudado novamente para o Rio para estudar.

Olharam ao redor. Estavam num dos únicos restaurantes daquela pequena cidade. Haviam poucos casais e todos mais velhos, que aparentavam viverem cansados, infelizes, aquela vida monótona. Havia uma banda, que tocava músicas bonitas e tranquilas. Agora, se entreolharam. Um meigo sorriso surgiu na face de Carolina, então Gustavo segurou sua mão em cima da mesa, por instinto talvez. E passaram o noite conversando sobre o passado deles, sobre tudo que fizeram no tempo que passaram sem se ver. Começou uma das músicas preferidas deles, Bandolins (Oswaldo Montenegro). O coração deles já estavam a mil, possivelmente a paixão adormecida agora estava ressurgindo.

Gustavo ofereceu pra levá-la em casa, mas ela teve a ideia de darem uma volta antes de irem pra casa, ela queria ir onde se conheceram. Então saíram do restaurante, ao som da Capital Inicial, e foram no mirante da cidade. Lá, Carolina pediu pra escutarem alguma música clássica. Estavam ao som de Moonlight Sonata, olhando as luzes da cidade, estavam próximos, o frio fizera eles estarem abraçados, então os olhares se cruzaram, borboletas nos estômagos, se beijaram. Sensação de dever cumprido, coração unido. Estavam juntos agora, eram um. Começaram a fazer planos, a sonhar, criar uma vida juntos. Eles sempre se completaram e agora a vida estava lhes dando essa oportunidade, de serem felizes.

Júlia Farolfi
Enviado por Júlia Farolfi em 20/11/2012
Reeditado em 19/01/2013
Código do texto: T3994892
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