Pra sempre

Ela acordou e quando olhou para seu lado direito a felicidade que a invadia todas as manhãs tomou conta de seu ser mais uma vez. A cada dia que passava, ela tinha mais certeza de que havia valido a pena todas aquelas noites longe de seu amado, todos aqueles dias de mensagens e pensamentos desejando um ao outro, todas as vezes que ele se chateou por ciúme e vice-versa. Ela tinha certeza de que tudo havia valido a pena porque agora eles teriam a vida inteira para compensar, porque agora eles eram um do outro por completo.

A luz fraca do sol da manhã entrava pela janela e iluminava o rosto de seu amado tornando tudo ainda mais belo. Ela poderia ficar horas ali, observando-o dormir e pensando sobre como a vida injusta agora estava a favor deles. Era quase inacreditável que, mesmo depois de tantos anos, ela ainda se sentisse como uma adolescente apaixonada por ele. Isso era tão bom!

Um sorriso de formou em seus lábios como sempre acontecia quando ela pensava no quão impossível era descrever perfeitamente o que ela sentia por aquele homem e o que ela sentia por estar ali, em uma cama de casal, com uma aliança no dedo anelar esquerdo e ao lado do seu antigo professor de inglês dois anos mais velho. Ela acabou soltando uma gargalhada e sem querer o acordou.

“Amor, acho que vou te internar em uma clínica psiquiátrica...”, ele disse ainda de olhos fechados com aquela voz se sono que ela tanto adorava enquanto se espreguiçava.

“Por quê?”, ela ainda ria.

“Todos os dias eu acordo e te encontro rindo sozinha. Ou você tá maluca ou tá rindo de mim. Eu não sou tão feio assim, sou?”, ele agora passava a mão levemente pelo rosto dela e estampava seu sorriso debochado no rosto.

“Ah, garoto, cala a boca!” e eles se beijaram.

Todos os seus beijos eram apaixonados. Era como se cada beijo fosse o primeiro e o último. Depois de anos o tocar de seus lábios ainda provocavam as mesmas reações nela: uma espécie de frio na barriga, um desejo crescente, um amor inacabável.

Ela se aconchegou no meio abraço de seu marido e, de olhos fechados enquanto ele beijava o todo de sua cabeça, se entorpeceu ainda mais com o cheiro delicioso que ele tinha. Depois de algum tempo assim, ela abriu os olhos e procurou pelo olhar dele até que seus olhares se encontrassem e sorriu. Ela não parava de sorrir um só minuto.

“Eu te amo”, ela sussurrou.

A sinceridade de suas palavras era tão perceptível quanto a alegria nos olhos dele ao ouvi-la dizer isso mais uma vez.

“Eu sei”, ele respondeu.

Ela se soltou do abraço dele enquanto riam e se levantou.

“Você é um chato implicante, sabia?”

“E você é minha gorda egoísta!”

Ele a puxou pela cintura e sussurrou em seu ouvido “eu te amo, bobona” fazendo com que ela se arrepiasse. Depois a virou e deu-lhe um beijo. Ela sabia que ele a amava. Todos sabiam que eles se amavam de uma forma louca, isso era incontestável. Eles pertenciam um ao outro...

“Pra sempre”, ele disse beijando a testa de seu eterno amor.

Debora Santos
Enviado por Debora Santos em 20/11/2012
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