NEM TODOS SÃO FILHOS DE PAPAI NOEL


Naquele dia 24 de dezembro, as crianças acordaram felizes para montar a árvore como era de costume. O pinheiro já havia sido encomendado e logo chegaria...

As crianças tomaram o café da manhã e correram para o mato junto com a mamãe para apanhar bromélia, barba de velho e outros matos para o presépio. Era um dia com muito perfume e alegria.

O verde colhido parecia ter cheiro de natal e as esperanças eram grandes, todas as crianças contavam seus sonhos com os presentes.

Eram muito pobres mas acreditavam que todos eram filhos de papai Noel. Ninguém podia imaginar a possibilidade dele esquecer alguém. Assim, com muito entusiasmo montaram a árvore...

O Papai e a mamãe pareciam preocupados, mas as crianças não podiam imaginar nada de diferente que pudessem frustrá-las. Naquela Noite, muita gente passava na estrada que iam para a Igreja Evangélica Luterana onde o natal era celebrado com muita beleza.

Ilsa e Regina estavam brincando na calçada da casa quando o pastor daquela Igreja passou, e, com um sorriso que parecia um abraço beijado convidou as meninas para ir até a igreja participar.

Ilsa e Regina aos pulinhos alegres chamaram outros irmãos e foram falar com o papai e a mamãe. Foi aquela decepção!
O papai não aceitou de forma alguma, pois cada um deveria ficar na sua religião, eles eram católicos.

Ilza e Regina sentiram profundamente e não entenderam bem porque ser tão grave ir naquela Igreja... Estavam na janela tristes, quando veio uma filha do pastor com dois versinhos de natal para que elas falassem.

As duas aceitaram e ficaram decorando ali mesmo na janela. Aquele sorriso do pastor falou profundamente na alma das duas meninas e já não pensavam em papai Noel como o cara importante da festa, a alma já queria muito mais.

Então seus pais saíram em seguida para uma visita de amigos e elas ficaram sozinhas... Decidiram fugir, já que a Igreja era perto.  De chinelinhos velhos nos pés e vestidinhos batidos foram correndo...

Não olharam para o que vestiam. Ao chegarem à porta da Igreja o  coração de cada uma quase saltava do peito e o pastor lá do púlpito com aquele sorriso convidou as meninas para sentarem à frente... 

Tinham muitas crianças bonitas bem vestidas, mas, Ilsa e Regina não se viam diferentes, todos sorriam e eram muito gostosos aqueles sorrisos, substituíam qualquer doce naquele momento.

Esqueceram do papai e da mamãe, simplesmente aproveitaram o instante  encantador. Queriam muito falar o versinho como as outras crianças e falaram... Louvaram... Tudo era lindo!

No final foram abraçadas muito, muito por crianças e adultos. A filha do pastor levou as duas até em casa, os pais já tinham voltado e estavam zangados.

Brigaram muito, mas não surraram. As duas dormiram e tiveram outros sonhos...  Pela manhã, os irmãos levantaram primeiro e a árvore estava vazia. Não havia nenhum presente.

Os pais não tinham dinheiro pra nada naquele natal, todas as mentiras contadas para as crianças para justificar a falta de presentes nada adiantavam. As crianças choravam no cantinho muito decepcionadas, mas com Ilsa e Regina tudo estava diferente, estava radiante como a noite que tiveram, como se uma nova mensagem tivesse sido plantada naqueles corações. De fato foi o que aconteceu!

Os irmãos continuaram a espera do papai Noel por muitos outros anos, mas Ilsa e Regina esperavam outro momento como aquele, que viveram na celebração do dia 24, o papai Noel já não satisfazia mais aquelas duas meninas. O verdadeiro natal a elas foi revelado naquela noite.

Elas cresceram, casaram e tiveram filhos, o natal que passaram para os filhos não foi o mesmo contado pelos pais. Prometeram para elas mesmas, que nunca queriam ver tanta tristeza nos filhos como viram nos irmãos.

Se os pais ensinassem o verdadeiro sentido do natal, nenhuma criança ficaria triste. Porque Ilsa e Regina não ganharam presente de loja, mas receberam sorrisos sinceros, acolhida e Luz. Descobriram que o espírito de natal não está na mentira do bom velhinho e que nem todo mundo é filho de papai Noel, mas, todos são filhos de PAPAI DO CÉU.




Poetas do recanto, todos, um feliz natal!
Aqui não tenho mais e nem menos amigos.Todos iguais, cada um com suas diferenças, são pessoas querendo sempre acertar como eu também. Um ano novo de muita Luz para todos nós. Beijo.
NATIVA
Enviado por NATIVA em 19/12/2012
Reeditado em 20/10/2014
Código do texto: T4044186
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