Juntos

Charlote era elegante, bonita, simpática, agradável. Sabia como lidar com as pessoas, e adorava estudar. Era a pretendente ideal para jovens duques. Ela não gostava de todo esse status, mas sabia como se portar ao possuí-lo. Era uma garota ideal, apesar de ser jovem demais. Ela estava confusa com o que queria, com o que desejava, com a forma que seria seu futuro. Na sua essência queria o mundo. Queria estudar e aprender. Queria sempre mais. Sonhava com em entender tudo. Queria viver cada segundo intensamente. Admiro muito essa garota, Charlote era excepcional. Sua forma de pensar, seu jeito de cativar as coisas. A importância que dava às pequenas coisas. Charlote era realmente incrível.

Denis era encantador, romântico, poeta, inteligente. Descrever Denis seria descrever a perfeição para Charlote, ele era da forma exata que ela achava que alguém deveria ser. Eles se pareciam em tantos aspectos... Não dá para descrever um sem falar do outro, simplesmente não sei onde um começa e outro termina. Vejo-os como uma coisa só. Vejo-os juntos. Todas as qualidades que atribuí a Charlote, Denis também possuía. Eles se vangloriavam por estarem solteiros, mas por dentro queriam a paz e a estabilidade de um romance, de um compromisso. A única coisa que reparei de diferente entre ambos, era que Charlote se desapegava com uma facilidade imensa das pessoas e desencantava muito fácil.

Denis e Charlote haviam se conhecido há pouco mais de dois meses em uma dessas festas da elite. E então, começaram a conversar por cartas com a ajuda de Claire, dama de companhia de Charlote. Estava tudo indo bem. Ninguém sabia sobre eles. Era uma paixão cheia de encanto, um sentimento incontrolável e uma intensidade imensa. Os encontros eram mágicos. Ele conduzia, ela deixava-se conduzir. A essa altura do campeonato Charlote não se prendia mais, vivia cada encontro como se somente ele existisse. Havia sempre aquele gostinho de quero mais depois de cada encontro. Sempre arrumavam jeitos de se encontrarem. Ninguém desconfiava. E se desconfiassem, quem provaria? Eram discretos. Sabiam esconder possíveis provas. Eles descobriam sempre mais e mais coisas em comum. Adoravam o misticismo das coisas, músicas agradáveis, eram parecidos demais... Eram sinceros. Ah... os olhares... por eles, se uniam, conversavam, se abraçavam, sentiam-se juntos. Nunca vi nada igual. Pela primeira vez, Charlote não se desencantou e chegou a cogitar a possibilidade de ser feliz ao lado de alguém.

Porém, quem disse que poderiam ficar juntos? Não era o momento. O destino não fê-los se cruzarem em um hora boa. Ela estava prestes a se mudar para a casa de sua tia, para uma cidade onde pudesse conhecer os mais ricos duques e condes. Seus pais acreditavam que assim ela seria feliz. E Denis? Ele possuía uma prometida. Já estava com casamento praticamente marcado. Não que eles não fizessem planos para fugirem juntos, mas racionalmente havia um pouco de juízo na cabeça de ambos. E então, preferiram seguir cada um seu caminho. Charlote apesar do medo que tinha do futuro, (e mesmo a cada dia sem informações sobre ele, sentindo-se incompleta) achou que a coisa mais digna que deveriam fazer era se separarem. Ela me surpreendeu, achei mesmo que ela fosse sofrer e chorar muito com o possível fim dessa relação. Mas, minha garota aprendeu a ser racional, e por isso se sentiu aliviada ao decidirem sobre como haveria de ficar o relacionamento entre eles. Denis estava seguro de que havia tomado a iniciativa certa, havia 99% de certeza (e é esse 1% de incerteza que havia, talvez, alimentado as esperanças de Charlote). Por fim, estavam de certa forma juntos, pois ainda eram amigos. Havia um carinho muito especial entre eles. Eram inesquecíveis um para o outro. E apesar de acharem que haviam feito a coisa certa nesse momento, eles torciam calados para que em um futuro distante tivessem a oportunidade de tentar novamente.

Júlia Farolfi
Enviado por Júlia Farolfi em 29/12/2012
Código do texto: T4058010
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