Migalhas de amor

Ainda era uma menina, mesmo sendo ela independente suas expectativas eram fantasiosas, esperava dele aquilo que o mesmo jamais poderia lhe dar. Pior saber que os olhos se abriam enquanto o coração palpitava ansioso por seu retorno. Aproximava-se a hora de colocar as cartas na mesa, de decidirem juntos se a espera valia ainda a pena.

Por pior que parecesse ela estava se preparando para o rompimento de uma forma tão tranquila que até se admirava de si mesma.

Faziam mais de dois anos que ela o esperava, tinha apostado todas suas fichas naquele relacionamento, muitos disseram que não daria certo, mas mesmo assim ela seguiu em frente. Se alguém fosse condena-la seria por não ter ouvido os conselhos alheios, mas nunca por ter tido medo de arriscar. Algumas pessoas ligam muito para aparências, statos, talvez ele fosse uma dessas pessoas, talvez mesmo amando-a perdidamente preferisse desfilar perante a sociedade hipócrita com alguém que não destoasse tanto dos demais.

Ela era e sempre fora livre... seus pensamentos e desejos eram profanos, incendiários, em nada era parecida com outras fêmeas seu poder de seduzir era intimidador as vezes, até mesmo para um homem acostumado a dominar.

Seu extinto era da caça, mesmo escolhendo pertencer a um só homem, os olhos faiscavam como duas estrelas que ilumina tudo ao seu redor. Sempre soube ela da importância que tinha na vida dele, apenas não compreendia o que lhes afastava. Se perguntava se era mesmo possível continuar dessa forma tão distante dos sonhos que sonharam.

Ele nem percebia que a cada dia a afastava mais desse sonhar... as desculpas as ausências lhe faziam triste, e tristeza jamais fora a companheira que ela buscava. Era por si só feliz independentemente de estar ou não ao seu lado todo tempo, esse homem nem percebia que aos poucos colocava seus maiores sonhos no lixo, tudo por não sentir-se seguro para desfilar ao lado dessa fêmea que era nascida para satisfaze-lo porém seu espirito livre o confrontava. Estaria ele amedrontado com essa situação?

Não saberia ela no momento responder... Porém se aproximava a hora de que os dois sentariam e os olhos diriam ou pertencer para sempre e viver essa vida ou desvincular se de vez da sensação da falta, da indecisão, da insegurança.

De uma coisa ela tinha certeza não nascera para viver de migalhas. Pois não nascera para mendigar nada, ainda mais carinho e atenção. Muito menos para ser um objeto de decoração na estante de um menino que nem sabe ao certo o que quer para sua vida.

Geovana Farias
Enviado por Geovana Farias em 14/03/2013
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