O amor correspondido

Hoje era um dia muito especial para Pietro, que acordou assustado sem saber que horas eram e nem onde estava. Logo que abriu os olhos uma angústia o invadiu, tinha sonhado com o passado, aquele passado onde se sentia sozinho e cansado de lutar, como se tudo a sua volta fosse sem brilho nem cor.

Olhou no relógio sobre a mesinha de cabeceira e constatou que ainda era cedo, tinha muito tempo para pensar e lembrar. Fechou os olhos e quase podia reviver aquela época, ainda muito jovem, quando seu coração vivia cheio de esperanças de um futuro que nunca via chegar, quantas buscas, quantos jogos, quantas desilusões.

Pietro sempre fora uma criança cheia de amor e carinho por todos a sua volta, tinha um coração de ouro, e quando cresceu, conservou todo amor e romantismo e uma vontade imensa de poder extravasar esse amor e ser correspondido; ele tentou muitas vezes, se apaixonou avidamente vezes sem conta, ia com muita sede ao pote, achava que todos tinham tanto amor como ele. Sempre se decepcionou, e um vazio ia se formando em seu coração, será que existia alguém igual a ele? Será que um dia ia poder viver um amor tão infinito como sempre sonhou? Em uma certa altura de sua vida resolveu abrir mão de tudo, deixar de esperar, estava cansado e queria simplesmente desistir.

Quando abriu os olhos de novo percebeu com um susto que já estava atrasado, pulou da cama, foi correndo até o banheiro tomar um banho e se arrumar para o dia mais feliz de sua vida. Já quase pronto, ainda a sua mente lhe pregava peças, não acreditava que aquele passado enfim tinha acabado e que estava agora no presente, e o presente era maravilhoso. Olhou no espelho e deu um laço bem feito na gravata de seda cinza que combinava muito bem com seu terno preto, penteou o cabelo, passou um perfume e quando ia sair do quarto deu uma ultima olhada na foto em cima de sua mesa de estudo, uma linda e radiante moça, com um sorriso capaz de iluminar toda uma cidade.

– Me espere querida, já estou chegando. Disse ele com uma animação incontida. Saiu do quarto, fechou a porta e deixou o passado para traz. Estava atrasado para o seu casamento.

Dedico a um Grunge

Priscila Pereira
Enviado por Priscila Pereira em 30/04/2013
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