ÊXTASE

Ficaram assim algum tempo, em letargia, nos braços um do outro... Ela aninhou-se junto dele e apertou-o contra si.
- Agora, queria que o tempo parasse...
- Eu também.
- Acho que me apaixonei logo que te vi pela primeira vez. O teu porte altivo, que noutra pessoa certamente me teria desagradado, atraiu-me irresistivelmente. - Fez uma pausa, de olhos fechados. - Sabes? Não reconheço esta mulher que veste as minhas roupas, que respira por mim, que ainda há pouco gemia nos teus braços. Tenho medo de viver um sonho e sei que todos os sonhos um dia acabam. - De forma carinhosa, passou o dedo indicador nos pelos do braço dele. - E tu? Achas que isto é o princípio de algo bonito e duradouro?
Ele acariciou-lhe o rosto, fazendo deslisar os dedos suavemente pela sua face, contornando-a, de uma forma que a arrepiava, não desagradável, era um arrepio bom, que sentia subir-lhe as costas e lhe fazia espetar os mamilos.
- Eu tenho a certeza! Quando te olhei pela primeira vez e me perdi nos dois lagos límpidos que são os teus olhos, quando fixei os teus lábios cheios movendo-se graciosamente e fazendo-me estremecer perante a doce sonoridade da tua voz, senti logo que eras diferente, que tinhas um não sei quê que iria marcar a minha vida. Acho que comecei a amar-te nesse preciso momento.
Ela suspirou e abraçou-se ainda mais a ele, cingindo-o, o peito de ambos, quente, palpitante, nu, colado pela transpiração, como se fossem um só!
- Amo-te, querido e sei que não me vou arrepender. Tenho a certeza absoluta que isto não será uma aventura de fim de semana. Somos maduros e sabemos o que queremos. E desejo-te tanto... Oh se desejo!
Puxou o corpo para cima do dele, esticou os braços como se o dominasse, olhando-o nos olhos, admirando as feições suaves, os cabelos em desalinho. E então beijou-o, apaixonadamente, sofregamente, vorazmente. E assim fizeram amor de novo, de forma arrebatada, até que o êxtase os fez desfalecer, cansados.

6/05/2013