Capítulo 1 - Fim de Semana

Vivemos em nossos mundo as vezes, sem nem olhar para os lados, mais coisas incríveis também podem acontecer aqui, nesse mundo estranho. Quando andei pelas ruas já muito tarde não esperava mais nada daquela noite, até o som da sua voz e seu violão me fazerem parar no meio da calçada, tentei me esconder no início, mas depois já fazia questão que me notasse ali, te olhando através da janela, olhos castanhos, um pijama rosa com bolinhas brancas e um sorriso cativante e envergonhado , você se levantou e soltou seus cabelos morenos, foi até a janela e me encarando por alguns segundos perguntou:

-O que faz ai?

-Estava passando por aqui, indo pra casa, quando te ouvi cantando.

-Péssima não é?

-Maravilhosa - corei.

Vozes sussuravam na casa e ela fechou a janela sem mais nenhuma palavra, então peguei o primeiro pedaço de papel que achei em meus bolsos, anotei meu nome e telefone, e um breve pedido de desculpas, me esforcei para conseguir passar o bilhete entre a janela. Três dias depois recebi uma mensagem: 'Bom dia Will, me desculpe por aquela noite, meus pais estavam me chamando, e também estava com vergonha, mas quando quiser vir aqui me ver cantar me avise, beijos Bianca'. Então a respondi já marcando o dia, seria no próximo sabádo as três da tarde em sua casa.

Quando cheguei seu pai, Sr. Antonio, me recebeu, me olhando da cabeça aos pés me dando a entender que não sairia vivo dali, mas logo Bianca apareceu e me chamou, dizendo a seu pai que eu era um amigo da escola, mesmo eu tendo praticamente vinte anos, e ela no máximo uns dezesseis. Entramos em seu quarto e reparei nas suas coisas, o armário bem arrumado e organizado, o que me daria vergonha se ela estivesse no meu quarto, com toda a bagunça que ele sempre está, na parede em cima da cama havia um quadro de flores amarelas e vermelhas, e logo me voltei a janela aonde a conheci, então ela disse:

-Foi ali que encontrei o seu bilhete.

-Onde?

-No chão perto da escrivaninha.

Ficamos envergonhados e sentamos na cama, ela pegou seu violão e tocou, cantou e me olhou por uns quinze minutos, parando e sussurando quando já me perdia em seus olhos:

-Me fale de você Will, quantos anos tem? o que faz da vida?

-Bom, tenho dezenove, faço vinte no próximo mês, trabalho em um escritório na empresa dos meus tios, mas passo grande parte do dia sem fazer absolutamente nada, mas quando estou em casa, procuro ler, ou sair, cinemas, lanchonetes, passeios, tudo que vier pra alegrar é bem vindo, e você Bianca?

-Tenho quinze anos, faço dezesseis no fim do ano, apenas estudo, ouço música, leio e toco meu violão.

Trocamos novos olhares e ela voltou a tocar, agora prestava atenção em sua boca tão linda e pequena, perguntei:

-Sua boca podia ser menos linda né? - já esperando um corte.

-Assim fico sem graça.

-Não fique, vem aqui.

E ela sentou no meu colo deixando seu violão ao lado da cama, e disse:

-Seus olhos são perfeitos sabia?

-Quem ficou sem graça agora? - claro que fui eu.

Rimos juntos e a beijei leve e devagar, sentindo a sua lingua aos poucos, ela se afastou e quando pensei em me desculpar, ela volta a me beijar, me deixando surpreso e com uma sensação que nunca tinha vivido. Ela mordeu minha lingua algumas vezes então desci e mordi seu pescoço, paramos ao som dos toques de sua mãe a porta, a chamando para o café, Dona Morgana era muito simpática e gentil, tomei café com Bianca e seus pais, e em seguida me despedi, convidando-a para ir ao cinema no domingo, e fui pra casa.

Acordei cedo no domingo, fui ajudar meus pais na casa, comecei no meu próprio quarto, arrumando a cama, meu guarda-roupas e minhas bagunças, quanto terminei fui ao jardim, cortar a grama, acabei as onze da manhã, quando minha mãe, Estela, me chamou:

-Will tem uma mulher na porta querendo falar com você.

-Quem é?

-Ela disse que é mãe da Bianca, quem é Bianca?

-Uma amiga Mãe.

Abri a porta e me deparei com Morgana, que aparentava estar com raiva, mais conversou calmamente comigo, me disse que Bianca estava triste, e que a contou que gostou muito de mim, fiquei sem reação, e disse a ela o que toda mãe quer ouvir sobre sua filha...

-Bianca é linda, inteligente, meiga e sincera, carinhosa e muito interessante.

Disse a minha mãe que iria até a casa de Bianca ver com ela estava, e ela me olhou com aquele olhar de que quando eu voltasse teria que responder milhões de perguntas.

No caminho Morgana foi me contando algumas coisas:

-Ela se apaixonou por um garoto mais velho a um ano, que no começo também a deixou feliz, mais que depois abusou dela, e a traiu com a melhor amiga, Bruna, que sempre aparecia lá em casa, e isso machucou demais Bianca.

Morgana me pediu para não brincar com Bianca, já pareciamos bem conhecidos, concordei. Chegamos em casa e escutei o violão na entrada, mas dessa vez ela estava tocando com raiva mal dava para entender o ritmo, quando sua mãe a chamou me escondi atrás da porta, elas discutiram e então Morgana me mandou entrar, Bianca me olhou com os olhos enchados e cheios de lágrimas, correu pro seu quarto chorando, ai fui atrás dela, então ela disse:

-Você só vai me usar também.

-Não vou, também gostei de você, senão tivesse gostado por que eu estaria aqui?

Então a abracei e a dei um beijo longo e demorado, e ela sussurou:

-Não me deixe por favor!

-Não vou a lugar algum.

-Obrigada.

Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 26/05/2013
Reeditado em 16/06/2013
Código do texto: T4310740
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