Capítulo 4 - O mistério de Sabryna Harper

Passei quatro dias sem ter contato algum com Bianca, meus dias estavam corridos, problemas no escritório, pensamentos sobre Sabryna, e o que aquela menina tinha visto em mim, enquanto eu lembrava de tudo isso levei um susto quando o celular vibrou e uma mensagem de um número desconhecido iluminava a tela:

-Oi Will é a Sabryna, Bianca está mal

-Oi, o que houve?

-Parece que o Nicolas andou conversando com ela -comecei a ter uns ataques de raiva

-Bem, o que ele disse?

-Eu não sei, mas ela ficou triste depois que eles se falaram.

-Hum, e por que você veio me dizer isso?

-Ué você não gosta dela? eu quero vê-la bem e não triste

-Gosto, mas não sei se posso faze-lá feliz

-Esse é o problema de vocês, ficam se preocupando com os detalhes, e nunca provam que realmente querem algo, pare de ficar pensando garoto, você fez ela sorrir de novo, é como acender uma vela no escuro, não deixe que isso seja apenas um momento, faça acontecer. - fiquei sem palavras

-Ok, amanhã nos falamos pode ser?

-No sábado é melhor, boa noite garoto.

Eu estava na calçada, com uma camisa vermelha de mangas curtas, um shorts jeans escuro e meu adidas mais velho que eu, quando de repente Sabryna aparece na esquina, sem nem olhar para os lados, e seu olhar misterioso e maquiavélico já se tornava comum pra mim, então ela disse:

-Eu sei onde ele mora

-Bom dia pra você também, ele quem?

-Ops, sim, bom dia, o Nicolas...

-E dai? a gente vai lá bater nele por acaso?

-Quem sabe, você não quer? - ela me encarou.

-Talvez.

Caminhamos uns trinta minutos, enquanto Sabryna não dizia uma só palavra, sempre olhando para frente, até chegarmos em uma casa um pouco estranha, vista de longe ela não chama muito a atenção, mas já de perto notasse muitas diferenças, a casa era contornada de rosas, tinha dois andares e um jardim bem cativante, as laterais eram estreitas e haviam 2 janelas cobrindo uma varanda realmente bela.

Três garotos estavam na rua jogando bola, e Sabryna estava com a velha mania de sugar a vida das pessoas com seus olhos, e logo percebi quem era o garoto, e disfarçadamente a belisquei antes que ela o explodisse telepaticamente. Ela gritou:

-Ei garoto quer morrer é? - eu torcia os dedos para que eles não escutassem

-É ele?

-Não, é o clone dele... - pura ironia

Ficamos observando Nicolas e seus amigos um pouco, até quando os dois meninos que estavam com ele, falaram que iriam embora, Nicolas então foi pra casa, e Sabryna me chamou para irmos embora e então disse:

-Viu ele não é tão mal assim. -fiquei sem saber o que dizer.

-Entendo você - ela continuou. -Também procuro alguma brecha nele, algo que explique o que ele pode ter feito, mas nunca acho nada.

-As vezes as pessoas encontram várias formas de ocultar o passado. - Sabryna arregalou seus olhos e me encarou por alguns segundos.

-Vamos tomar um café?

-Sim, tem uma padaria que faz um café divino aqui perto. - falei

Chegamos na padaria e sentamos em uma das mesas, pedimos dois cafés e alguns pães de queijo, e Sabryna começou a falar um pouco sobre ela, como ela gostava de ler quadrinhos e escutar músicas do System of a down, ver filmes de ação aventura e romance, sair com seus amigos (com certeza mais emos que ela) e todas as suas manias de ficar espiando e observando as pessoas de longe, tentando entende-las. Mas de repente ela parou e disse:

-E você?

-Eu o que?

-Você, se pretende mesmo namorar a minha prima, tenho que saber quem você é de verdade. - fiquei pensando alguns segundos

até começar a falar.

-Bem, eu gosto muito de ver filmes, passear, sair e aproveitar os lugares, rir, conversar e ter certeza que posso ser feliz sem grandes problemas, música pra mim é algo que esquenta a alma e me faz pensar nas coisas, sei que parece estranho mas fazia um tempo em que eu não ficava tão feliz, mesmo sabendo dos problemas dela também é algo que me faz querer melhorar e ajudar.... - ela me cortou

-Uau, bom entendi, você gosta mesmo dela não é?

-Sim...

Ela se levantou e foi ao banheiro, enquanto isso fiquei pensando no que ela realmente queria com tudo aquilo, se ela estava só me testando ou se havia algo por trás de todo aquele jogo de perguntas. Ela voltou, pagamos a conta e fomos embora, deixei ela na esquina da casa de Bianca, dei um abraço e lhe desejei boa noite, fui pra casa pensando em tudo e quando deitei na cama um universo de possibilidades invadiu meus sonhos.

Passei o domingo ajudando minha mãe, arrumamos a casa e eu lavei o carro, fizemos hambúrguer no almoço e passamos a tarde jogando cartas, depois fui ver um jogo de futebol americano, já a noite estava lendo meus antigos cadernos de rascunhos, e me perdi nas antigas histórias da infância, quando meu celular toca e eu atendo quase que ao mesmo tempo, era Bianca e não eram notícias boas:

-Você pode vir me ver?

-Sim, o que houve?

-Eu to no hospital, meu pai não está bem - ela começou a chorar

-Vem logo garoto - disse Sabryna ao fundo.

Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 13/07/2013
Reeditado em 28/09/2013
Código do texto: T4385782
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