sensivel sentimentos

A estrela da minha vida tem olhos cor-de-mel, que mudam de cor dependendo da iluminação. Tem um rosto maravilhoso, com um nariz afinado e uma boca fina, pequena, como se tivesse sido pintada por um grande artista. Tem um corpo esguio, fruto de muito cuidado com a saúde, pois, essa é uma das coisas com as quais ela se preocupa demasiadamente. Tem pés bailarinos, bonitos, mas dos quais ela não tem muito apreço, pois são muito castigados em nome da sua arte. Ela tem uma pele branca, suave como a seda, e é bela como as ninfas dos contos de fadas.

A estrela da minha vida tem a arte nas veias, pulsando em si, como a vida que mantém cada um de nós. Esta arte é o que dá sentido à sua vida e a faz feliz. Ela esbanja talento, porque faz tudo com amor. Seja em uma calçada, mesmo que por brincadeira, ou no palco de um grande teatro, é isso que lhe dá alegria e, ao calor dos aplausos do seu público, ela recebe a energia necessária para brilhar mais e mais, com tanta ou maior intensidade que aquelas estrelas que fazem o céu à noite ser mais belo e mais poético. Ela se entrega para fazer felizes tantas outras pessoas. E ela ama fazer isso. Essa é a vida que ela escolheu. É assim que ela é feliz.

A estrela da minha vida é amorosa, romântica, mas independente e dinâmica. É um turbilhão de novas idéias, ao mesmo tempo que gosta de um bom momento a sós, para receber muito carinho. Ela é o motor da minha alegria, tanto quando corre eufórica para me mostrar uma nova criação sua, quanto quando de mim deseja apenas um sorriso e umas palavras de ânimo. Nos momentos em que ela dá vida às coisas que cria, sinto o seu pulsar, com a intensidade de quem faz com amor a doação diária, para levar o público para um mundo muitas vezes melhor que o nosso próprio.

Ela me faz triste quando vejo seu brilho apagado, por tristezas e problemas que muitas vezes não foi ela quem criou ou procurou para si. Sim, pois ela não brilha somente nos palcos do mundo ou no céu da minha vida. Seu brilho é diário e contínuo, sempre que ela tem a liberdade para voar, e a segurança para procurar dar sempre vôos mais altos, que a leve aos mais altos recantos do sol, aqueles onde ela reina e brilha, como se fosse a única, ainda que numa noite de céu estrelado. Ela é sempre a mais brilhante, a rainha do meu céu. Então, quando a vejo triste, também eu fico triste, pois sua energia é a minha energia, e se está fraca, abatida pela realidade infinitamente mais feia e tosca que seu mundo de sonhos, assim também eu fico. Por isso quero sempre ver minha estrela brilhar.

A estrela da minha vida não está lá no céu. Ela vive aqui mesmo, entre nós. Por mais incrível que seja, ela também passa por seus momentos de sofreguidão, afinal, é humana, de carne e osso, como cada um dos mortais quem tanto encanta. É ela que transforma minha vida em uma aquarela de infinitas cores. Sua ausência é como uma pintura de tons acinzentados em minha vida. Ela não é imortal, nem eternamente jovem, mas tem uma alma que a faz leve como uma criança sapeca, e me dá a clara impressão de que nunca estará longe de mim, longe da minha vida. Talvez isso seja a imortalidade. Mas o certo é que não sei disso. Ninguém sabe.

A estrela da minha vida, seja representando nos palcos, nas telas do cinema ou da TV, pintando ou escrevendo, seja apenas sendo alguém normal, é a mais incrível das criaturas. Aquela que faz e sempre fará de mim alguém capaz de amar, se sentir, e de viver. A ela eu rendo todas as homenagens que eu puder, pois é por ela existir que minha vida é e será sempre algo que vale a pena.

Guilherme tavora
Enviado por Guilherme tavora em 22/07/2013
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