UM DIVÃ ONLINE

Eu não sei o que fazer, apenas sou um ser humano, minha amiga! Falho, como todos os seres, mas tento me corrigir. Quero o que todo o ser humano quer: amar e ser amado, mas levo a sério isso e vivo em questionamento. Em dúvida. Para um homem, como eu, ser sensível e romântico pode ser visto com outros olhos. Eu não me importo! Ao menos, para quem eu quero que me conheça e que me aceite desse jeito: eu.

Apesar de ter vinte e poucos anos, já vivi um pouco de tudo e já falhei também. Traí. E não venha me dizer, minha amiga, que é do perfil do homem esse tipo de atitude. Não é do meu perfil, pode acreditar! Acredito que relações existem para serem diariamente religadas. Mas, para isso, tem de existir alguém que ligue. Se um dos dois não ligar, não tem como haver relação. Meu erro foi não ter parado antes de ter iniciado um relacionamento, se assim posso dizer, com uma colega de trabalho. Hoje, não estou mais com ela, nem com minha esposa. Foi melhor assim. Senão, não teria conhecido tanta gente bacana e ter criado outras histórias, ter, inclusive, crescido mais, embora eu saiba que tenho muito a crescer.

Hoje, encontro-me com vinte e poucos anos, divorciado e apaixonado. Sim, apaixonado, por que não? Encantam-me os olhos dela. Outra colega de trabalho. Louco eu? Provavelmente. Entre ela e eu, os olhares viram espelhos. Se ela olha, eu olho; se ela sorri, eu sou só alegria; se toco nas mãos dela, nossos poros se comunicam. Há química, e como há!

Aí você me pergunta: “vocês tiveram algo de concreto? “ A resposta é sim!

Foi quase um ano, entre idas e vindas. Algumas brigas, mas muito sentimento. Sabe por quê? Idades diferentes. Eu não tenho problemas com isso, mas os trinta e poucos anos, para ela, têm. Ora sou desligado, ora sou infantil, ora não tenho atitude. Confesso que tenho parcela de culpa nisso, e já estou trabalhando esse meu jeito de ser. Ela, porém, parece nunca estar inteira para mim. Já sofreu muito nessa vida. Traumas de um relacionamento anterior. Esse assunto, porém, retrato em outra oportunidade. É complicado. Eu sou complicado, o que piora minha situação (risos).

Nas brigas, damos um tempo, e o que e acontece? Encanto-me com outra pessoa. E adivinha de onde? Do trabalho, lógico. Problema só é bom quando vem de efeito dominó. Mas tudo bem, a culpa é minha. Não procurei, mas me permiti aceitar tal situação. Como se não bastasse: ela é casada e com filhos. Um relacionamento difícil, mas é casada! Nunca aconteceu nada, por falta de oportunidade. Bate medo e compreendo que, para ela, é complicado. Não quero que ela aja como eu agi com minha ex-esposa. Embora os contextos sejam diferentes. Minha esposa não merecia; o esposo dela merece! Mas tem os filhos, e eles não têm culpa do que está acontecendo. Prefiro deixar quieto, mas não consigo parar de pensar nela. Entre nós, apenas carinhos verbais, confissões, mãos dadas e olhares. E que olhar...

Confesso que olhares me atraem! (deu para perceber, não é verdade?)

Sabe, se eu pudesse, ficaria com todas! Você deve estar me achando um safado, não é? Até eu me acho, quando digo isso, mas deixo claro que não sou. Sou apenas um homem que quer ser feliz. Acho que já achei, mas tenho minhas dúvidas. Não quero que minhas atitudes sejam desculpas para que eu fique pulando de galho em galho. Tenho minhas carências e tenho muito que aprender. E se não for com uma delas, que seja com a vida.

Minha ex-namorada, a que durou quase um ano, quer voltar comigo. Quero também, mas me pego pensando na pessoa casada. Não quero iniciar algo com desejos ocultos. Não quero fazer nada de errado desta vez. Preciso de um tempo para mim. Elas também precisam disso.

Mas vamos mudar de assunto?

Obrigado pelo colo psicológico! Que tal um abraço?

Veridiana Rocha