Nasci pronta

Eu estava tão apressada que correndo entrei no quarto, joguei a toalha na cama e peguei as roupas íntimas e em dois minutos estava penteando o cabelo, o que seria um novo recorde para uma garota de treze anos em sua produção pessoal. Na verdade de tanto conviver com meu pai aprendi a sempre me arrumar rápido, talvez nessa parte eu seja meio masculina. Então, agora arrumada, pus o perfume e logo o sapato um all star com um vestido meio colorido, este é o meu estilo e gritei: Pai! estou pronta.

Ele riu alto e chamou meu nome: Catherine Alves minha princesa! Aí quando ele me chama assim, me sinto muito bem e rindo me aproximei, fui logo beijando sua barba quarentona, aquele velho era demais, um pai e um amigo.

Então, caminhando fomos ao carro, que era um carro antigo bem conservado, só sei que foi uma fábrica alemã que o fabricou, ele sempre falava muito do carro e escutava mais nunca prestava atenção. Abrindo a porta ele disse: Entre madame. E rimos, no mesmo instante que entrei. Sentou no banco e ligou o som, porque naquele dia deveria tocar a nossa canção, Smile de Charles Chaplin, depois de o som da canção nos relaxar. Ele olhou para mim dentro de meus olhos e disse: Está pronta?

Disse: Claro, nasci pronta! Ligando o carro fomos ver a mamãe.

E as flores estavam ali, só esqueci de contar que íamos ao cemitério.

E íamos cantando e olhando um para o outro, enquanto os olhos se enchiam de água...

"Smile, though your heart is aching

Smile, even though it's breaking

When there are clouds in the sky

You'll get by...

If you smile

With your fear and sorrow

Smile and maybe tomorrow

You'll see the sun come shining through, for you..." lalalala...

José Lins Ferreira
Enviado por José Lins Ferreira em 10/02/2014
Reeditado em 10/02/2014
Código do texto: T4685443
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.