Aquelas três palavrinhas
O filme tinha acabado; os créditos estavam subindo e ele virou-se para ela. Ficaram se olhando e ela beijou-o demoradamente.
– Eu te... – ele começou, mas foi interrompido.
– Não fala! – ela exclamou.
– Por que não?
– Porque não precisa.
Ele olhou confuso para ela.
– Mas eu quero falar.
– Mas não precisa. Eu não estou esperando que diga.
– Eu sei, mas eu quero.
– Vai estragar tudo. – ela murmurou para si mesma com os olhos fechados.
– Como assim vai estragar tudo?
– Nada, esquece. – ela estava se levantando, mas ele segurou-a.
– O que aconteceu? – ele perguntou.
Ela não disse nada. Só ficou sentada olhando para baixo para suas mãos, sem expressão. Ele a segurou pelo queixo e a forçou olhar para ele.
– Fala comigo. – ele pediu.
Ela respirou fundo, de olhos fechados e falou:
– Eu não estou acostumada a ouvir isso. E quando ouvi, não deu certo, as coisas foram por água abaixo e, no fim, não era verdade.
– E você acha que comigo vai ser assim?
– Por que não seria? – ela rebateu.
– Porque eu nunca disse essas palavras antes. Mas eu tenho certeza do que eu estou sentindo e é por isso que eu quero falar. Se eu não sentisse, eu nem tocaria no assunto. De jeito nenhum.
– E por que nunca disse?
– Porque eu nunca senti. – ele deu de ombros.
– Se nunca sentiu, como pode ter tanta certeza?
– Eu não sei explicar. E você faz muitas perguntas! Não precisa ter medo de mim e do que vai acontecer, porque vai dar tudo certo. Sei disso, porque eu te amo.
– Você tem certeza disso?
– Não acredita em mim?
– Você sabe que acredito.
– Então confie em mim e aceite ser a primeira garota que eu já amei.
Ela sorriu, aquele sorriso gigante que ele tanto amava e ele sorriu junto com ela.
– Com muito prazer. Só espero que esteja falando a verdade. Porque eu também te amo. E não é pouco.
– Fico feliz em ouvir isso.
Ele puxou-a para mais perto e a beijou.