Caminhos do coração. Capítulo dois.

CAMINHOS DO CORAÇÃO.

CAPÍTULO DOIS.

Nós sempre imaginamos que sabemos de tudo, somos tentados a crer que vivemos o suficiente, e que temos todas as respostas. Foi assim na minha vida, houve um momento em que eu pensava que estava realizado pela arte, que ela a arte completava o meu coração, eu pensava que as minhas telas supririam as lacunas em branco da minha alma, o espaço vazio do meu coração, que tolo eu fui, verdadeiramente não conhecemos os caminhos de nosso coração.

O ser humano andou na lua, voou no espaço, atingiu as profundezas do oceano, mas desconhece o seu próprio coração, e raramente se arisca caminhar por essa terra de ninguém, não sou diferente dos outros, nas minhas veias corre o mesmo sangue vermelho, e por diversas vezes evitei falar do amor, de viver um amor, meu amor era a tela e o pincel, sempre foi, ou pelo menos eu pensava que era, ate o dia que uma linda jovem fotografa, chamada Alice entrou em meu mundo e me pediu um retrato seu. Eu já li muitas histórias de amor, e sempre achei uma chatice, um exagero, é sempre assim, até o momento em que o amor secretamente te escolhe persegui e te captura, fraco e indefeso você se rende aos caprichos desse misterioso sentimento, é um domínio por vontade é uma escravidão voluntaria. Aqui estou eu, um refém desse sentimento, a poucos minutos da minha casa é a casa da mulher por quem me apaixonei, nunca imaginei que fosse usar essa palavra, paixão, que palavra maravilhosa.

Como eu havia prometido ao senhor Arthur, comecei a me organizar para realizar uma exposição com minhas telas, eu tinha vinte telas em minha casa e precisaria de mais dez delas para uma boa exposição com um lucro considerável, reuni as vinte dei alguns telefonemas a amigos importantes, é em menos de duas horas eu já tinha o espaço para realizar o evento, dois amigos meus ajudariam a organizar o local, agora eu tinha menos de cinco dias para pintar dez telas, o tempo era curto, mas eu tinha convicção de que conseguiria.

Na manha de domingo fui à casa de seu Arthur, combinamos de ir ao hospital ver Alice, meu coração estava inquieto no peito, eu não via o momento de revê-la, eu já havia pintado duas telas, como o dia do sábado passou muito rápido achei por bem descansar, pela manhã eu viria a minha amada Alice, mesmo ela não sabendo do meu sentimento eu tinha certeza que alguma coisa ela sentia por mim, mesmo sem ninguém dizer nada, eu sabia que o amor havia nos escolhido por algum motivo que só mesmo o amor conhece. A noite veio rápido e com ela um céu de estrelas brilhantes como eu jamais vi antes, ou eram as estrelas que estavam mais belas, ou era o meu olhar que estava mais sensível à beleza que elas sempre tiveram, acabei adormecendo a luz do luar e ao brilho das estrelas.

Finalmente o domingo, que bonito domingo, levantei-me tomei um belo banho, coloquei um perfume de fragrância bem suave, afinal eu estava indo para o hospital, tomei um café as presas e fui de caro ate a casa de seu Arthur, que sensação estranha é gostar de alguém, tudo muda, tudo se transforma, estacionei meu caro no caminho comprei alguns lírios para Alice, bati na porta, quem atendeu era a mãe da Alice, a senhora Berenice, uma senhora muito simpática e animada, que pessoa extraordinária.

_Bom dia jovem Alex, é um prazer tê-lo aqui, estou muito feliz por tudo o que você está fazendo por nos, só mesmo deus para recompensa-lo.

_Bom dia senhora, o prazer é meu, saiba que está quase tudo pronto para a exposição, em poucos dias levantarei uma importância para ajudar a Alice.

_Ah! Meu filho tomara que de tudo certo, estamos todos na expectativa, Alice está muito fraca e precisa ser operada com urgência, só assim para salvar sua vida, se fossemos esperar pelo sistema publico de saúde demoraria uma eternidade, agora se pagarmos, ai a coisa muda, nos havíamos conseguido uma parte do valor, mas falta a metade.

_Não se preocupe, é por minha conta, onde está o seu Arthur.

_Ele está acabando de se arrumar, quer entrar, fique a vontade, daqui a pouco estaremos indo.

_Tudo bem, obrigado.

Sentei-me no sofá, enquanto o seu Arthur terminava de se arrumar a dona Berenice trouxe-me um álbum de fotos da Alice, como ela era fotogênica, a cada foto eu tinha mais certeza de meus sentimentos por ela, eu me sentia como um adolescente no colegial, não demorou e seu Arthur já estava pronto fomos direto para o hospital do coração.

Quinze minutos depois adentrávamos no hospital, confesso que eu não estava preparado para aquela imagem, eu nunca estive em um hospital antes, quanta dor tem ali, quanto sofrimento, quantas lágrimas, me impactou ver tanta gente sofrendo. Chegamos ao quarto onde ela estava sua mãe entrou primeiro, depois o pai, e por ultimo eu, com os lírios nas mãos, quando ela me viu seus olhos se encheram de lágrimas, não me contive, também chorei, seu pai havia contado a ela sobre meu esforço para ajuda-la, deixei as flores ao lado esquerdo da sua cama.

_Olá Alice, como está se sentindo hoje, estas flores são para você.

_Estou melhor agora, nossa são lindas.

_Assim como você, segurei forte em suas mãos pequenas e brancas como papel.

_Vamos deixa-los um pouco a sós, disseram os seus pais depois de beija-la e saírem.

_Eu não via a hora de vê-la novamente, tem algo que eu gostaria de dizer a você Alice.

_Eu também não via a hora de te ver, diga, por favor, eu quero ouvir essas palavras que tanto espero.

Ali ficamos de forma suave com palavras simples lhe revelei todo o meu amor, que surpresa maravilhosa, ela também nutria por mim o mesmo sentimento, com a mesma intensidade, foi ali, naquele ambiente inapropriado que lhe dei o primeiro beijo, foi ali que senti o hidro mel dos deuses, nascer daqueles lábios divinos, foi ali que lhe jurei amor, logo eu que antes disso tudo, jamais havia experimentado tal coisa, agora eu era outro homem, e estava disposto a fazer de tudo pelo amor e pela vida de Alice, nunca estas duas palavras tiveram tanto sentido para mim, amor e vida, era o que movia meu coração.

Tiago Pena
Enviado por Tiago Pena em 24/03/2015
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